Escrito por Claudia Tevisan |
Seg, 31 de Março de 2014 08:47 |
Documentos relacionados ao processo de
compra pela Petrobrás da refinaria de Pasadena, nos EUA, revelam que a
estatal manteve dois tipos de relação com a sócia Astra Oil. Uma antes
de 19 de junho de 2008. Outra depois disso. Foi nessa data que a
Petrobrás iniciou o litígio com a sócia. Além de questionar cláusulas
contratuais que vinham sendo ignoradas até então, passou a fazer
acusações sérias quanto à conduta dos belgas no negócio.´
As duas alegações acabaram, no fim,
descartadas porque os juízes entenderam que a Petrobrás estava ciente
dos problemas quando eles teriam ocorrido. Ou seja, mesmo sabendo de
que havia suspeitas de lucros e ressarcimento indevidos, a Petrobrás
nada fez até 2008 e foi cobrar as supostas irregularidades quando já se
tratava de um caso em litígio.
A Petrobrás comprou 50% da refinaria em
2006, num processo conduzido pelo então presidente da estatal, José
Sérgio Gabrielli, pelo então diretor da área internacional, Nestor
Cerveró, e pelo então diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa.
Conforme revelou o Estadão na semana
passada, o negócio foi aprovado pelo Conselho de Administração da
Petrobrás, então comandado por Dilma Rousseff, que chefiava a Casa
Civil do governo Lula. Ao justificar a decisão, Dilma afirmou que só
aprovou a compra porque se baseou num resumo técnico “falho”, que
omitia cláusulas consideradas prejudiciais à estatal. O parecer havia
sido escrito por Cerveró.
A Petrobrás acabou sendo obrigada a
comprar os 50% da Astra Oil num processo que durou até 2012.
Desembolsou, no fim, mais de US$ 1 bilhão pela refinaria que havia sido
adquirida pelos belgas em 2005 por US$ 42,5 milhões.
REPRESENTANTES
As negociações de petróleo questionadas
pela Petrobrás foram realizadas entre setembro de 2006 e julho de 2008 e
eram supervisionadas por um representante de cada empresa. O
responsável do lado da Petrobrás era Sergio Baron. O representante da
Astra era o brasileiro Alberto Feilhaber, que trabalhou na estatal por
12 anos, até 1995.
A estatal brasileira acusou a Astra de
ter obtido lucro indevido na venda de petróleo para a trading que
abastecia a refinaria. A Petrobrás sustentou que negociadores da Astra
costumavam comprar o produto de terceiros e o revender a preço mais
elevado para a empresa na qual ambas eram sócias. Mas a brasileira só
solicitou livros contábeis da Astra sobre as negociações em janeiro de
2009, sete meses depois de iniciado o processo de arbitragem.
“Antes dessa arbitragem, eu nunca havia
escutado uma palavra de discordância ou queixa no âmbito das operações
comerciais da companhia de trading envolvendo qualquer um dos
negociadores da Astra”, depôs Irek Kotula, vice-presidente da Astra que
era responsável pela gestão da empresa de trading.
As declarações foram contestadas por
funcionários da Petrobrás, mas a posição da belga foi vencedora. “As
evidências indicam, no entanto, que as partes estavam cientes de que
negociadores da Astra, de tempos em tempos, negociavam diretamente com a
companhia de trading e que Sergio Baron, da Petrobrás, recebia os
comprovantes dessas operações”, concluiu o painel de árbitros em 27 de
abril de 2009.
Apesar de o acordo de acionistas com a
Astra prever que a arbitragem seria o caminho para solução das
controvérsias da sociedade, a Petrobrás se negou a cumprir as
determinações, o que acabou elevando a conta que teve de pagar em 2012.
Fonte: Tribuna da Internet
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Última atualização em Seg, 31 de Março de 2014 08:58
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segunda-feira, 31 de março de 2014
ANTES DO LITÍGIO, PETROBRAS IGNOROU "LUCROS INDEVIDOS" E "DADOS FRAUDULENTOS" DA SÓCIA ASTRA OIL
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