Reportagem de Lino Rodrigues, manchete principal da edição de ontem de O Globo, revela que nos quatro primeiros meses do ano a indústria brasileira demitiu 50 mil trabalhadores, principalmente nos setores de eletrodomésticos e montadoras de automóveis. De acordo com informação da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, a queda das vendas elevou-se a 15,5%. No setor imobiliário – matéria publicada também ontem, mas pela Folha de São Paulo – houve uma redução de 27% nas vendas de imóveis em São Paulo.
O quadro, assim, revela-se bastante crítico, não apenas pelos números registrados, mas principalmente pela tendência ao declínio da produção que eles apontam. As perspectivas não são favoráveis, nem à economia, tampouco ao mercado de trabalho.
DESEMPREGO PODE DOBRAR
O desemprego hoje, segundo o IBGE, encontra-se na escala de 7,9% da mão de obra ativa, podendo elevar-se a praticamente ao dobro no final do ano. O Dieese calcula um teto de 13%. 10% significam 10 milhões de desempregados. 13% a mais 30% ou seja um contingente de 13 milhões de pessoas. Tal processo ascendente só pode tornar descendente o mercado de consumo, em face da retração da renda familiar brasileira.
Menos trabalho, em consequência menos dinheiro no bolso, e também menor arrecadação de impostos, o que influi na capacidade de investimentos tanto por parte do governo federal quanto por parte dos governos estaduais. Na área federal a retração atinge em cheio o volume do IR e do IPI. Nas áreas estaduais compromete o desempenho do ICMS.
POLÍTICA ABSTRATA
Portanto, a presidente Dilma Rousseff tem que mudar o rumo da política econômica colocada em prática, a qual, aliás não se sabe bem qual é. Pois se de um lado a meta é conter gastos públicos, de outro o objetivo parece ser o de ampliar os desembolsos, como é o caso da transferência de recursos do FGTS para o BNDES.
No Rio de Janeiro, a Universidade Federal viu-se obrigada a suspender as aulas por falta de pagamento dos serviços de limpeza e segurança do prédio. É o fim do mundo, uma vergonha logicamente inexplicável. Tudo isso sob o efeito do gigantesco assalto praticado contra a Petrobrás, tão grande foi que um dos implicados o ex-gerente Pedro Barusco devolveu mais de 150 milhões de dólares aos cofres da empresa. Se ele sozinho teve essa capacidade, imagine-se o total dos assaltos realizados.
Todos esses fatores convergem para uma só questão na qual se encontra a desestabilidade que envolve o Palácio do Planalto. A presidente da República precisa romper o sistema colocado em prática e que não está apresentando resultados positivos. Pois se estivessem o desemprego não estaria aumentando tanto quanto está. As dificuldades são grandes, enorme também é o desafio e maior ainda deverá ser o esforço para vencê-lo. A tarefa colocada a sua frente é urgente, mais urgente do que se pode supor à primeira vista. Isso porque a crise brasileira está crescendo sem parar.
http://formadoresdeopiniao.com.br/portal/demissoes-acentuam-rumo-errado-da-politica-do-governo-dilma/
Nenhum comentário:
Postar um comentário