![ESTUDOS MAÇÔNICOS: AS LOJAS E SEUS RITOS](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_sU4QR4FCZhWzHEsHlEVQxKQjC-U3UNLSBtR6M7izDNKaU6LKFv4TDBWsHTqae_x9SNGpxxjGKSePBy-uJYNWd-T7L8DNdkv8DYdbw1n_paW1SJk4g3potf7fUMxN9ywhzoSQeyPZKHuRbGMd3F9BS_eEMnnZns3I61f0OLmxh9P8JaA7dCf7XaolAhI-us0PU=s0-d)
O termo Loja, tal qual é empregado na Maçonaria, encerra uma
variedade de significados. Tradicionalmente se refere ao conjunto de
Irmãos reunidos em assembleia. Isso nos leva a fazer uma distinção entre
os termos Loja e Templo, pois enquanto o primeiro se refere ao edifício
onde os maçons se reúnem, o segundo identifica a própria reunião dos
maçons em si mesma. Destarte, esta ultima pode ser realizada em qualquer
lugar que ofereça condições para tanto, não precisando,
obrigatoriamente, ser dentro de um Templo. Assim, o termo Loja assume um
amplo leque de significados, que resumem a tradição que a assembleia de
maçons pretende refletir. São vários os títulos aplicáveis ás diversas
Lojas dos maçons. Tradicionalmente elas se dividem em Lojas Simbólicas,
Capitulares, Filosóficas e Administrativas, os quais, por sua vez se
repartem em blocos de ensinamentos específicos, e estes em graus,
titulados conforme cada tema neles referidos. A Loja, portanto, é uma
assembleia de maçons, reunidos para um determinado fim, e Templo é o
local onde os Irmãos se reúnem, embora esse termo, Templo, em nossa
opinião seja impróprio, já que a Maçonaria não é uma seita religiosa, e
portanto, o local onde os maçons se reúnem não poderia invocar essa
propriedade. Na chamada Loja Simbólica o que se pratica é a chamada
Maçonaria básica, consagrada aos fundamentos comuns da tradição
maçônica, que é o exercício da Fraternidade, fundamentada na Igualdade
entre os Irmãos e na mais perfeita Liberdade de pensamento. Não cuida, a
chamada Loja Simbólica, dos fundamentos mais profundos da doutrina
maçônica, que são encontrados em temas mais avançados da chamada Arte
Real. Assim, nos três graus que compõem sua estrutura, Aprendiz,
Companheiro e Mestre, a proposta é a de divulgar os fundamentos da
Maçonaria, enquanto tradição herdada dos antigos pedreiros medievais.
Conquanto os ensinamentos da Loja Simbólica sejam todos transmitidos de
forma iniciática, as assembleias dos maçons que se reúnem nessa
estrutura, tratam principalmente, de assuntos referentes á Irmandade,
nas suas relações com a sociedade, os problemas de cada Loja, os
assuntos internos, as questões de interesse corporativo que afetam o
grupo e a Ordem com um todo. Não se exige que um iniciado maçom, ao
colar os três graus da Loja Simbólica, passe depois a frequentar os
graus superiores. Todavia, para que ele seja um maçom completo, basta
que ele seja elevado ao grau de Mestre. Porém, se o Irmão quiser
conhecer, de fato, a Maçonaria, será preciso que ele suba todos os graus
da chamada Escada de Jacó, alegoria que significa a passagem do maçom
por todos os graus da escalada que o Rito adotado por sua Loja pratica.
Os Ritos Dentro da estrutura sistêmica de cada Rito são adotados títulos
diferentes para as assembleias que se reúnem nos mais variados graus.
Assim é que os chamados graus Inefáveis do REAA, na Maçonaria do Arco
Real correspondem aos Graus Capitulares; os graus Capitulares do REAA
são os chamados graus crípticos do Arco Real; já os graus
Administrativos do REAA correspondem aos graus de Cavalaria no Arco
Real. Esses títulos, como os Irmãos poderão ver á medida que forem
subindo a Escada de Jacó, em qualquer dos Ritos, têm a sua razão de ser,
pois correspondem ao simbolismo que cada grau desenvolve. Porém, uma
análise mais profunda nas raízes de cada um deles irá mostrar que todos
se abeberam em uma fonte comum, que é a tradição bíblica, veiculada
pelos cinco livros da Torá, interpretada e teatralizada conforme a visão
de cada Rito, adaptada á ideia que o grupo praticante tem de uma Ordem
mundial justa e perfeita. Porque, seja qual for o Rito praticado, o
fundamento que une todos os irmãos da Arte Real é a construção de uma
sociedade justa e perfeita. É verdade que a Maçonaria é uma tradição
cujas origens se perdem no tempo, mas as suas vinculações são visíveis
em cada período vivido pela humanidade, porque elas se fundamentam em
arquétipos cultivados pelo espírito humano desde a formação dos
primeiros grupamentos humanos. Esses arquétipos constituem um elo que
liga as diferentes fases da civilização e permanece na psique do homem
como elementos fundamentais para que a sua espécie seja preservada e a
sua sociedade se conserve, sempre buscando um grau mais alto de
aperfeiçoamento. E a base fundamental desse elo é a necessidade da
preservação das conquistas espirituais feitas pelo homem em sua aventura
terrestre. Por isso ele se une aos seus “iguais” e procura, através do
corporativismo, da associação, da “Irmandade”, manter num círculo bem
restrito a chave dessa cripta misteriosa. Desde os mais antigos tempos
das sociedades humanas essa estratégia de preservação é praticada, e a
Maçonaria nada mais é do uma corruptela dessa ideia arquetípica que
sempre impressionou os espíritos mais sensíveis, em todos os tempos.1 O
elo de ligação Destarte, a ideia que está na base da Maçonaria é a
necessidade de os grupos humano de preservarem as suas conquistas
civilizatórias através de um sistema corporativo que lhes sirva de
defesa. De outro lado, essa estratégia permite aos seus membros o
desenvolvimento de um sistema ético e moral que agrega sempre os novos
valores que a sociedade elege como necessários á sua felicidade. E por
fim tudo isso se organiza numa fórmula institucional que se conforma
numa Organização. Se perseguirmos, no tempo e nas estruturas sociais que
se
1 Por isso a estranha evolução que se nota entre antigas tradições
iniciáticas, como os Mistérios Egipcios e os Mistérios de Elêusis, por
exemplo, que de simples festividades religiosas de caráter popular,
destinadas a atrair a benevolência dos deuses, evoluiu para verdadeiras
criptocracias, onde o poder político e religioso se concentrou, e de
onde o vulgo era excluído. Essa evolução é mostrada de forma bastante
visível na obra de Fustel de Coulanges “A Cidade Antiga” e no “Ramo de
Ouro” de Sir James Fraser. Ver, nesse sentido, a nossa obra “ O Tesouro
Arcano” publicado pela Ed. Madras, onde esse assunto é estudado com mais
profundidade formaram na história das sociedades humanas, sempre
encontraremos associações mais ou menos identificadas com o que chamamos
de Maçonaria. Por isso é que seja qual for o Rito e a liturgia
praticada pela Loja em que os maçons se reúnem, sempre se encontrará
entre eles um elemento unificador no qual todo maçom se identificará. É
nessa identificação que está a força da Maçonaria. O quadro acima mostra
uma comparação entre os dois ritos maçônicos mais populares em todo o
mundo: o rito escocês (REAA) e o rito de York (o Arco Real). Embora
exista alguma diferença nos títulos e na disposição dos temas dos graus,
é possível verificar que todos tratam, no conjunto, dos mesmos temas e
contemplam os mesmos conteúdos programáticos. A gravura mostra a
maçonaria americana. No Brasil, e em outros países, como a França, a
Alemanha e outros países onde a maçonaria tem raízes muito profundas, há
algumas diferenças na estrutura dos graus e nos títulos a eles
atribuídos, mas na base, são os mesmos fundamentos que os suportam.
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