A capacidade que as duas principais
candidatas tiverem no segundo turno para arrebatar para si os eleitores
hoje dispostos a anular o voto ou votar em branco deve se constituir
no fator essencial capaz de definir qual será a candidata vitoriosa nas
urnas de 26 de outubro. Se Dilma Rousseff ou Marina Silva.
Reportagem
de Valdo Cruz e Ranier Bragon, publicada na Folha de São Paulo edição
de 22, indica esse rumo, analisando-se objetivamente os números de
pesquisa do Datafolha nos quais se basearam. Também na segunda-feira
passada, a FSP publicou importante entrevista que Natuza Nery e Marina
Dias realizaram com João Paulo Capobianco, apresentado como o principal
assessor de Marina Silva, a respeito da estrutura política de um seu
possível governo. Mas vamos por etapas.
Valdo Cruz e Ranier Bragon basearam-se
nos números da mais recente pesquisa do Datafolha, publicada
sexta-feira, e na projeção sobre qual seria, no turno final, o destino
dos votos de Aécio Neves no confronto marcado para o próximo dia 5.
Vamos recapitular os dados básicos para que as projeções fiquem
nitidamente expostas. O Datafolha apontou 37 para Dilma, 30 para
Marina, 17% das intenções de voto para Aécio Neves. A pergunta então
teve base na hipótese até agora mais viável: como se dividiria a
votação de Aécio no segundo turno?
DIVISÃO DOS VOTOS DE AÉCIO
O Datafolha acentua que 59% (dos 17%)
iriam para Marina Silva e que 22% rumariam para Dilma Rousseff. A
fração de 19% (dos 17 pontos) tende a votar em branco ou anular o voto,
evidentemente caso o candidato não se classifique para a final. No
momento são 13% os que têm intenção de anular ou votar branco. Vale
acentuar que os demais oito concorrentes, em seu conjunto, somam apenas
3%.
Com base na projeção das
transferências, o panorama tornar-se-ia o seguinte: 1) Dilma Rousseff
acrescentaria 3,5 pontos aos 37 que hoje alcança, passando assim a
40,5%. 2) Marina Silva acrescentaria 10,5 pontos aos 30 que atualmente
alcança, atingindo também, creio eu, a mesma percentagem de 40,5. Os
nulos e brancos, hoje registrando 13%, somando-se 3,3 (19% de 17), se
traduziriam em torno de 16%. Dentro deste esquema, sujeito a mudanças
na arrancada final, o empate seria decidido pela capacidade que Dilma
Rousseff e Marina tiverem de penetrar mais fortemente nos eleitores
indecisos e também junto àqueles ainda não motivados por qualquer das
duas alternativas restantes. Vamos aguardar para ver.
Passando ao segundo tema, entrevista
de João Paulo Capobianco a Natuza Nery e Marina Dias, o principal
assessor da ex-ministra do Meio-Ambiente, dá uma cartada na busca de
motivar quadros partidários representados no Congresso Nacional e que
também estarão disputando votos este ano. Afirmou convictamente que um
possível governo Marina não fará com o Parlamento o tradicional jogo do
toma lá dá cá. Nada disso. A meta política é valorizar os
representantes dos partidos na Câmara e no Senado e não supervalorizar
os líderes das legendas.
Capobianco destacou: “Existe hoje a
hipervalorização dos líderes dos partidos e a interlocução do governo é
feita exclusivamente com eles. Eles não controlam suas bases, mas
vendem uma liderança caríssima. É patético. É preciso recuperar a
interlocução com o Congresso. Ministérios precisam estar abertos aos
deputados e senadores. Qualquer parlamentar – acrescentou – quer
realizar. Se o governo tem uma agenda positiva, porque não haveria o
alinhamento?”
Fonte: Tribuna da Internet
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