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Escrito por Alex Antunes |
Seg, 18 de Agosto de 2014 09:00 |
O trágico acidente de Eduardo Campos
reembaralhou as cartas da disputa eleitoral. Mas, paradoxalmente,
potencializou sua chapa, de uma forma que acordos políticos em vida
jamais conseguiriam fazer.
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De um lado, a dificuldade, mesmo com o
cansaço absoluto do país com o chamado fla-flu, em romper a captura
política pela ordem dicotômica do embate entre PT e PSDB. De outro, os
choques entre o pragmatismo do PSB (na verdade um saco de gatos,
unificado pelo carisma de Eduardo) e o principismo “ranzinza” de
Marina.
ACORDOS LOCAIS
Dá para entender porque Marina
torpedeou, sem sucesso, acordos locais como os do PSB em São Paulo (com
Alckmin, do PSDB) e no Rio (com Lindbergh, do PT). Mas também dá para
entender porque o PSB considerava que a pretensão de purismo das
estratégias marinistas não agregava ao partido.
Para chegar a vice de Eduardo, Marina
passou antes por um erro político grave – e por um acerto
surpreendente, naquele que seria seu momento mais baixo: a recusa da
justiça eleitoral em registrar seu partido, a Rede, em outubro de 2013.
O erro foi não surfar nas manifestações de 2013. Se Marina desse uma
única entrevista, como evangélica, no auge da crise da indicação do
pastor Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da
Câmera dos Deputados, defendendo com clareza o estado laico, se
projetaria como a liderança nova que ela pretende ser. Marina seria
heroína nas manifestações de junho.
A campanha de coleta de assinaturas pelo
registro da Rede seria turbinada, e hoje Marina seria candidata por
seu próprio partido. Marina fez o contrário – ficou muda e, quando
falou, foi para dizer que Feliciano sofria preconceito como evangélico.
Totalmente na contramão das ruas, que pretendia representar.
ACERTO NA ADESÃO
O acerto, bombástico, foi quando Marina
ousou propor sua adesão à chapa de Eduardo. Apesar de ter causado
estranheza política, o ato tinha um significado simples: investir o
cacife eleitoral de Marina (quase 20% nas eleições presidenciais de
2010) em impactar em cheio a eleição seguinte. Marina ingressou no PSB,
deixando avisado que seu objetivo final ainda era registrar a Rede.
Para quem o resgate da esquerda passa
pela derrota do PT, faz todo sentido. E Eduardo parece ter compreendido
isso, para além da oportunidade eleitoral de transferir para si tais
votos. A emocional manifestação de Marina após a morte de Eduardo
também parece carregada de sentimento real de perda, para além do
choque do acidente. A união entre Eduardo e Marina se deu de fato.
A questão de quem encabeçaria a chapa
não era apenas simplesmente a de quem tinha mais votos à partida – aí
seria Marina. Mas Marina tem também uma taxa alta de rejeição. Colocar
Eduardo à cabeça da chapa tinha a correção de “lavar” essa rejeição,
transferindo a ele apenas a parte boa, os votos da acreana (e de resto
esse era o único acordo possível sob o manto do PSB).
PASSE DE MÁGICA
Acontece que a morte trágica de Eduardo
resolve tudo isso como que num passe de mágica – se as partes
envolvidas tiverem o bom senso de não perder o momento mágico, sensível
e empático (tragédia também é magia).
Marina tem a motivação para abandonar um
pouco a rigidez política (em parte já abandonou, tendo que lidar com
os acordos de São Paulo e Rio, mesmo reclamando em público). É verdade
que o PSB não fica numa posição confortável – tendo perdido o líder que
lhe dava unidade, tem que comprar um outro, exterior, maior que o PSB e
até então hostil às conveniências do partido.
Na coalizão, a tese de Marina à cabeça
começou a ganhar corpo na quinta-feira. Já haviam se manifestado
favoravelmente a Marina líderes de cinco dos seis partidos, PHS, PRP,
PPL e PSL. A principal questão é: quem será o vice. Alguém do PSB, que
compense a perda da cabeça de chapa? Até alguém da própria família
Campos já foi cogitado.
Mas o que isso tem a ver com Dilma e o
PT? Na eleição de 2010, Dilma já passou pela “prova Marina”. E teve que
crescer politicamente, ganhar substância durante a campanha como mais
do que uma invenção de Lula. Foi bem sucedida – mas não. Durante o
mandato, demonstrou, principalmente em relação ao governo Lula (um
exemplo de “governo mágico”), uma grande falta de habilidade, de
carisma, de sensibilidade social e de intuição política.
SEM FAZER SOMBRA
A “invenção” de Dilma por Lula, pinçando
um membro de sua equipe sem a menor densidade política, deixou claro
que Lula não admite quem tenha personalidade, e que pudesse lhe fazer
sombra um dia, como Eduardo ou a própria Marina. Foi Lula que afastou
os dois, de si mesmo e do PT.
Acontece que a morte de Eduardo joga no
colo de Marina, que é uma petista clássica, um mártir grátis. Um
segundo cristo. Separa o cristo militante do cristo martirizado – é
como se o mito do Eduardo sacrificado em sua luta por um país melhor
liberasse as energias de Marina para um combate mais objetivo. É uma
troca de papéis entre Eduardo e Marina, e uma memética poderosa – se
não for desperdiçada.
O “supremo roteirista” forçou a mão. A
desaparição absurda e atordoante de Eduardo Campos paradoxamente pode
liberar, coesionar e turbinar sua coalizão. E significar um golpe de
(da) morte na candidatura Dilma.
Fonte: Tribuna da Internet
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