O ex-diretor da Área Internacional da
Petrobras Nestor Cerveró, preso desde quarta-feira da semana passada,
ia prestar depoimento esta quinta-feira, na Polícia Federal (PF), sobre
a polêmica compra, em 2006, da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).
Mas seus advogados informaram que a Polícia Federal decidiu cancelar o
depoimento dele à PF, alegando “questões técnicas internas” para o
adiamento.
Na manhã de ontem, após visitar o
cliente na carceragem da PF, em Curitiba, o advogado Edson Ribeiro
afirmou que, agora, Cerveró “será contundente”. Ele ressaltou que o
ex-diretor vai apontar a responsabilização do Conselho de Administração
da estatal e da presidente Dilma Rousseff, que, na época, presidia o
colegiado. O Palácio do Planalto está em alerta. Nos bastidores, existe
o temor de que Cerveró traga novas informações e puxe a presidente
novamente para o centro do escândalo. Até o fechamento desta edição, a
assessoria de comunicação da PF não havia confirmado o horário do
depoimento.
O defensor afirmou que Cerveró, ao
contrário do que se espalhou em Brasília, não é um homem-bomba. “Ele
apenas vai falar a verdade. Quem descumpriu o estatuto social da
Petrobras foi o Conselho de Administração. Vai dizer que, se o parecer
era falho, a presidente Dilma, que presidia o conselho, tinha obrigação
de chamá-lo para tirar todas as dúvidas.” De acordo com Ribeiro, no
depoimento de hoje, Cerveró será bastante objetivo. “Vai apontar o que
for para apontar. Essa responsabilização (da presidente) será dita
aqui. Ele não tem nenhum trunfo. Só vai dizer o que realmente
aconteceu”, declarou.
PLANALTO EM ALERTA
A artilharia voltada para a presidente
colocou o Planalto em alerta desde a prisão de Cerveró, no dia 14,
quando Edson Ribeiro afirmou que a presidente da Petrobras, Graça
Foster, também deveria ter sido presa. Para os palacianos, as acusações
soaram completamente fora do tom. A ordem no Planalto é blindar a
presidente ao máximo para evitar que essas declarações respinguem em
Dilma. Na terça-feira, o ministro da Secretaria de Relações
Institucionais, Pepe Vargas, repetiu o discurso que tem sido adotado
quando a presidente ou Graça Foster são citadas em denúncias que
envolvam a Petrobras. Segundo ele, não há nenhuma responsabilização de
Dilma, e quem vier a dizer isso terá que provar. O ministro ressaltou
que a petista não foi citada por nenhum órgão que investiga ilícitos na
Petrobras. Ontem, o Planalto não comentou as novas declarações da
defesa de Cerveró.
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