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Escrito por Vasconcelos Quadros |
Ter, 13 de Janeiro de 2015 08:10 |
“O Supremo Tribunal Federal e o Superior
Tribunal de Justiça estão pasmos com o volume desviado”, diz o
presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal
(ADPF), Marcos Leôncio Ribeiro. O esquema operado na Petrobras é
responsável pelo desvio de R$ 10 bilhões, montante que levou o ministro
Gilmar Mendes, do STF, a afirmar que diante da Lava Jato, o mensalão
deveria ser tratado pelo juizado de pequenas causas.
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O delegado Marcos Leôncio Ribeiro afirma
que a defesa está atarantada também porque as instituições de combate
aos crimes econômicos e financeiros amadureceram. “Nós aprendemos com
as outras operações e agora tem um juiz que conhece profundamente como
funciona a corrupção. Sergio Moro dá segurança à operação”, afirma, não
vendo possibilidade de dar certo a estratégia da defesa, que vai pedir
a anulação da operação Lava Jato.
CASTELO DE AREIA
O representante dos delegados federais
diz que a defesa tem tentado adotar a mesma estratégia aplicada para
anular a Operação Castelo de Areia, um esquema que envolvia
empreiteiras que aparecem agora também, mas não tem conseguido porque a
força tarefa da Lava Jato age com cautela e técnica para robustecer as
provas. “É um jogo que não tem mais surpresas. A gente aprendeu. Não
somos ingênuos e a população está acompanhando”, afirma.
Na mesma linha, o procurador Alexandre
Camanho de Assis, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da
República (ANPR), sustenta que as provas indicam que não há chances de
anulação. Lembra que todos os atos foram autorizados pelo judiciário
dentro da legalidade. “As alegações da defesa fazem parte do jogo. São
artifícios estratégicos. As provas são robustas e a investigação está
impecável. O esquema criminoso está cercado”, diz ele.
DELAÇÃO PREMIADA
Entre os especialistas, o dado novo, com
o qual defesa e acusados não contavam e nem estavam preparados para
enfrentar, é o efeito devastador da delação premiada no caso Petrobras e
sua perspectiva para um ajuste de contas com a corrupção sistêmica no
aparelho estatal.
“A delação é o paradigma de uma nova
cultura jurídica. Substituirá um sistema de conflito pelo de consenso,
de negociação entre advocacia e a justiça. A decisão de Paulo Roberto
Costa deve se tornar viral e, assim, pode ajudar o estado a recuperar
os recursos públicos desviados”, avalia Luiz Flávio Gomes.
Estimativas modestas, segundo ele,
apontam que anualmente escorre pelos ralos da corrupção o equivalente a
1,5% do PIB brasileiro, uma montanha de recursos ilícitos que tanto
alimenta a corrupção no varejo da política quanto o fragilizado modelo
republicano brasileiro.
http://formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30257:delegados-e-procuradores-nao-temem-anulacao-da-lava-jato&catid=77:politica-economia-e-direito&Itemid=132
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