Escrito por F. C. Leite Filho |
Qua, 07 de Janeiro de 2015 08:05 |
Uma longa entrevista ao site Sul21 por
Marco Aurélio Garcia, assessor especial do Planalto, parece dar alguma
luz aos planos do novo governo Dilma em relação à reforma política e à
regulação da mídia no Brasil. Nesta entrevista, que não mereceu muita
repercussão, dada talvez à proximidade do Natal, o assessor,
ex-presidente nacional e um dos principais teóricos do PT, além de
formulador, juntamente com Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães, da
política externa independente iniciada por Lula e reforçada por Dilma,
Marco Aurélio cuida em explicar a posição do governo frente a esses
dois temas cruciais para a governança e a soberania brasileira.
Sobre
a reforma política, Garcia assinala: “Acho que a reforma política está
muito dependente da mobilização da sociedade. O governo terá suas
iniciativas, obviamente, mas sem grande mobilização da sociedade não
haverá reforma política”.
Sobre o projeto respectivo da OAB e da
CNBB, com base na coleta de assinaturas, ele diz que ”vamos chegar em
um momento onde vai afunilar esse grupo de projetos, permitindo que a
gente tenha uma alternativa suficientemente inovadora, mas, ao mesmo
tempo, passível de ser aprovada”. Assinala que o fato de ter sido
eleito um Congresso mais conservador, em 2014, ”vai fazer com que nós
tenhamos que combinar objetivos mais de fundo, mais gerais, com uma
habilidade tática, por assim dizer”.
REGULAÇÃO DA MÍDIA
Igual cuidado é observado quando Marco
Aurélio Garcia fala do projeto anunciado por Dilma Rousseff para
regulação da mídia: ”A presidenta tem insistido que vai fazer isso.
Agora, os problemas da comunicação no Brasil não passam exclusivamente
por esse mecanismo de regulação. Eu acho que vai ser muito importante,
também, que os setores democráticos possam construir os seus
instrumentos”, disse, acrescentando:
“Estamos em um período de transição, do
ponto de vista global, do que diz respeito aos meios de comunicação.
Porque se fala muito que estaria ocorrendo um declínio da imprensa
escrita. Eu não acho que seja tanto assim, porque uma pesquisa recente
mostrou que cerca de 60% dos conteúdos que estão na blogosfera são
conteúdos publicados pelos jornais. O que está ocorrendo é uma espécie
de mudança da função dos jornais impressos. Os jornais impressos, que
antes eram uma fonte de notícias, hoje, além de serem essa fonte de
notícia, de comentários e de análises, eles passam a ser também uma
agência de notícias. Nas rádios, onde a audiência ainda é muito grande,
e mesmo na televisão, o que há, de uma certa maneira, é uma
repercussão dessa matéria escrita que sai nos jornais e na blogosfera
também. Acho que aqueles setores democráticos, que querem construir uma
mídia alternativa, vão ter que pensar nessas questões”.
(texto enviado por Sergio Caldieri)
http://formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30188:marco-aurelio-garcia-diz-que-os-jornais-ainda-comandam-a-midia&catid=77:politica-economia-e-direito&Itemid=132
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terça-feira, 13 de janeiro de 2015
MARCO AURÉLIO GARCIA DIZ QUE OS JORNAIS AINDA COMANDAM A MÍDIA
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