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Escrito por Vicente Nunes |
Sex, 23 de Janeiro de 2015 07:35 |
A interlocutores mais próximos, o
ex-presidente Lula tem se mostrado radiante com a brusca mudança de
Dilma Rousseff. Acredita que, enfim, a petista admitiu os erros
cometidos no primeiro mandato. Lula ressalva, porém, que será preciso
esperar um pouco mais para ver até onde vai o pragmatismo da sucessora.
Não se pode esquecer, porém, que ela está cercada de aloprados.
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INFLAÇÃO DE LEVY
O choque de realidade que o governo está
dando nos brasileiros terá a primeira medição esta sexta-feira, quando
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o
IPCA-15, a prévia do índice oficial de inflação. As apostas são de que a
taxa ficará entre 0,9% e 1%, números que não se vê para meses de
janeiro em mais de três anos.
O IPCA-15 já incorporará os reajustes
das passagens de ônibus nas principais capitais do país e parte dos
aumentos das tarifas de energia elétrica. O índice fechado do mês será,
porém, bem maior, acredita o economista-chefe do Banco Fibra,
Cristiano Oliveira. Pelas contas dele, o primeiro IPCA de Joaquim Levy à
frente do Ministério da Fazenda chegará a 1,2%. Com isso, a inflação
acumulada em 12 meses ficará muito próxima dos 7%.
“Não há dúvidas de que o custo de vida
em janeiro será muito elevado, puxado, sobretudo, pelas tarifas
públicas. E não será diferente em fevereiro, quando o IPCA será
influenciado pelo grupo educação e, claro, pelos combustíveis”,
ressalta Oliveira. “Com isso, apenas nos dois primeiros meses de 2015
teremos inflação superior a 2%, ou seja, quase a metade do centro da
meta, de 4,5%, definida pelo governo para todo o ano”, acrescenta.
RECESSÃO
A carestia é reflexo da arrumação de
casa que o governo Dilma Rousseff está sendo obrigado a fazer para
tentar reconstruir a confiança de investidores e empresários. Sem a
retomada dos investimentos produtivos, não há como o país sair do
atoleiro em que se encontra. São grandes as chances de o Brasil
mergulhar na recessão nos próximos meses. Mas a aposta de Levy é de
que, à medida que os resultados do ajuste fiscal forem aparecendo, o
humor dos donos do dinheiro mudará.
Nos cálculos do Banco Santander, mesmo
que o governo entregue o que prometeu em termos de meta de superavit
primário — 1,2% do PIB —, a retomada do Produto Interno Bruto (PIB)
será muito lenta. A aposta da instituição espanhola é de que o
crescimento deste ano, não considerando a hipótese de racionamento de
energia elétrica, ficará em apenas 0,3%. Em 2016, quando Levy e o Banco
Central esperam ver a inflação caminhando para o centro da meta, será
possível a economia cravar alta de 1,3%.
SEQUÊNCIA DE ZEROS
Ninguém descarta, contudo, a
possibilidade de o país registrar três anos perdidos em termos de
crescimento — 2014, 2015 e 2016. Será uma sequência de taxas de
expansão próximas de zero sem precedentes nos últimos 30 anos. “A ordem
dentro do governo é para mantermos o otimismo. Não é possível que,
depois de anunciarmos tantas medidas impopulares, como o aumento da
energia elétrica e as restrições a benefícios sociais, a credibilidade
da política econômica continue no chão. Investidores e empresários vão
se render ao pragmatismo do governo, cedo ou tarde”, diz um ministro
com bom trânsito no Palácio do Planalto.
http://www.formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30376:lula-teme-os-aloprados-que-cercam-dilma&catid=77:politica-economia-e-direito&Itemid=132
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