Escrito por Carlos Chagas |
Seg, 12 de Janeiro de 2015 08:06 |
Marcada para o dia 27, terça-feira, a
primeira reunião do ministério arrisca-se a ser a última. Pelo menos,
com os atuais ministros empossados no primeiro dia do ano, somados aos
que permaneceram, no total de 39. Isso porque, depois de conhecida a
lista do procurador-geral da República relacionando supostos envolvidos
no escândalo da Petrobrás, será possível à presidente Dilma fazer
alguns ajustes. Poderá dispensar ministros porventura denunciados,
assim como recrutar aliados que ficaram fora da lambança.
De
qualquer forma, essas reuniões ministeriais perderam sua razão de ser
depois que a equipe inchou. Servem apenas para a presidente dar recados
genéricos, quando não passa reprimendas, tornando-se inviável que cada
um dos presentes possa sequer dar bom dia aos colegas, quanto mais
expor suas metas, suas dificuldades, pedindo e contribuindo com
conselhos para o vizinho do lado. Meia hora que fosse para cada um
pronunciar-se e dois dias não seriam suficientes, mesmo sem intervalo
para refeições ou para uma soneca.
Não dá para governar em colegiado, ou
seja, facultando-se a todos os ministros opinar a respeito de temas
comuns ou até colaborando, uns, nas questões dos outros, como já
aconteceu no passado. Cada vez mais dividido em compartimentos
estanques, pelo número absurdo de participantes, o ministério tornou-se
uma entidade insossa, amorfa e inodora, na medida em que todos ouvem a
palavra presidencial mas ficam impossibilitados de debater e
apresentar opiniões ou discordâncias. Nada diferente daquelas vetustas
salas de aula do passado, onde o mestre-escola pontificava e os alunos
calavam.
Sequer se torna possível dividir o
ministério em grupos determinados, como o político, o econômico, o
social e o da infraestrutura. Vigora hoje a ditadura presidencial. Em
separado, só poucos ministros conseguem despachar com a presidente.
Outros chegarão ao final do ano conhecendo apenas o auditório
palaciano, sem ter entrado no gabinete de Dilma, limitados às bissextas
reuniões conjuntas. Numa palavra, ministros de primeira e de segunda
classe, poucos privilegiados, muitos discriminados, mas todos calados e
subservientes.
Cada vez mais o exercício da chefia do
governo torna-se tarefa monocrática, especialmente se seu ocupante
apresenta temperamento e características monárquicas. Se impõe sua
decisão sem admitir ponderações ou sugestões. O resultado é seu
isolamento permanente, dentro da concepção de que ministros existem
para obedecer e cumprir ordens. Já se foi o período em que tinham
condições e coragem para expor roteiros de ação e até correções de
rumo. Curvam-se à fala do trono. Precisamente o que assistiremos dia
27.
ESPONTÂNEA OU PROGRAMADA?
Coincidência não foi a manifestação
contra o aumento das tarifas de transporte publico verificada em São
Paulo, Rio e Belo Horizonte, na noite de sexta-feira. Até a baderna que
se seguiu às passeatas pacificas terá sido minuciosamente programada.
Vieram as mesmas depredações de sempre, com personagens encapuzados e
organizados. Seria bom prestar atenção. Se a onda de julho de 2013
voltar, será bem mais violenta.
http://formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30240:a-presidencia-ditatorial-ou-a-ditadura-presidencial&catid=77:politica-economia-e-direito&Itemid=132
|
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
A PRESIDÊNCIA DITATORIAL OU A DITADURA PRESIDENCIAL
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário