domingo, 8 de março de 2015

BENDINE PAGAVA QUANTIAS ALTAS EM DINHEIRO, DIZ EX-EMPREGADO


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Escrito por Ricardo Galhardo   
Ter, 03 de Março de 2015 08:40
Conchas (SP) – O novo presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, fazia pagamentos de valores superiores a R$ 20 mil em dinheiro na região de Conchas (SP) onde possui uma casa. A informação é do pedreiro João Carlos Camargo, responsável pela construção da casa, e foi confirmada ao Estado por dois comerciantes da região sob a condição de não terem seus nomes revelados.
Camargo, de 59 anos, acusa Bendine de não ter pago R$ 36 mil referentes à mão de obra para a construção da piscina da residência, uma das maiores da cidade. Bendine, por meio de nota, negou tanto a dívida quanto os pagamentos em espécie.
João Camargo é a segunda pessoa que trabalhou para Bendine a relatar o hábito do executivo de carregar altos valores em dinheiro. No ano passado Sebastião Ferreira da Silva, ex-motorista do Banco do Brasil, disse em entrevista à Folha de S.Paulo que fez diversos pagamentos em espécie a mando de Bendine.
JOGANDO PELADA
O pedreiro e o presidente da Petrobrás se conheceram em 1981, quando Bendine chegou a Conchas, a 210 km de São Paulo, para trabalhar como caixa na agência do Banco do Brasil na cidade de 17 mil habitantes.
“Ele também gostava de esporte, começamos a jogar bola juntos até que pegamos uma amizade”, lembra Camargo, o mais velho de três irmãos pedreiros conhecidos na região pela qualidade das construções.
Em 2005, já ocupando uma diretoria do Banco do Brasil, Bendine decidiu demolir a velha casa da família e construir um imóvel que se destaca no centro da cidade. Camargo foi escolhido para tocar a obra.
A construção demorou mais de dois anos e o custo da mão de obra foi dividido em três partes. A primeira, de R$ 135 mil, era para a construção principal. A segunda, no valor de R$ 30 mil, era referente a obras complementares e a terceira, de R$ 36 mil, à piscina e churrasqueira, de acordo com o pedreiro.
EM PARCELAS
Segundo Camargo, as duas primeiras partes foram totalmente quitadas em parcelas. Os pagamentos que superavam R$ 7 mil eram feitos em espécie.
“Às vezes ele ia até o banco e sacava. Às vezes já vinha de Brasília com o dinheiro em um envelope”, disse.
O pedreiro não possui contrato nem recibos. De acordo com ele, Bendine se recusou a pagar os R$ 36 mil restantes alegando que os valores pagos anteriormente estavam acima do valor do mercado. Segundo o advogado Julio Del Vigna, Camargo não quis cobrar a dívida na Justiça porque “é do tipo que faz as coisas na base da confiança, no fio do bigode”.
Além de construir a casa, o pedreiro diz que era encarregado de gerenciar a obra e outros pequenos serviços, entre eles pagar os fornecedores. Dois comerciantes da região confirmaram ao Estado, com a condição de não terem seus nomes revelados, que receberam valores superiores a R$ 5 mil, em espécie, para pagamento de materiais usados na construção.
“ERA PERIGOSO…”
Camargo diz que foi encarregado por Bendine de entregar em um só dia R$ 22 mil ao vendedor de um carro que seria dado de presente pelo aniversário de 18 anos da filha do executivo, em Piracicaba, e fazer um pagamento de R$ 17 mil ao fornecedor de materiais para a piscina, em Laranjal Paulista. “Eu inclusive falava para ele que era perigoso”, disse.
O pedreiro afirmou ter sido ameaçado por seguranças do BB quando Bendine já ocupava a presidência do banco.
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NOTA DA REDAÇÃOBendine diz que não pagou em espécie. Então, pagou em cheque, porque o pedreiro não aceita cartão de débito ou crédito. Agora, só falta Bendine mostrar as cópias dos cheques. Mas isso ele não fará nunca. Era um banqueiro que não confiava em cheques, guardava dinheiro no colchão e comprava imóvel em dinheiros vivo. E hoje ganha R$ 183 mil mensais na Petrobras e mais R$ 62 mil como aposentado no Banco do Brasil, com 51 anos. Ah, Brasil! (C.N.)

http://formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30783:bendine-pagava-quantias-altas-em-dinheiro-diz-ex-empregado&catid=80:denuncia&Itemid=131

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