Escrito por Sebastião Nery |
Ter, 03 de Março de 2015 08:40 |
José de Almeida Alcântara, alto,
cabeleira branca exposta ao vento, talentoso, audacioso, coletor
federal, prefeito, deputado, era um terror para seus adversários na
política de Itabuna, sul da Bahia.
Em
1960 apoiou Jânio Quadros, da UDN. Teixeira Lott, candidato do PSD e
PTB, foi a Conquista com uma grande caravana. Tão grande que o palanque
não aguentou, desabou, quase quebrou a perna do velho marechal que
ficou impedido de seguir para o comício de Itabuna. Ele não foi, mas a
comitiva foi e fez comício na praça. No dia seguinte Alcântara, que
apoiava Jânio, convocou um comício contra Lott. E fez como sempre um
discurso desabusado:
– “Ontem esteve nesta praça um punhado
de contrabandistas: João Goulart, contrabandista de boi para a
Argentina. Batista Luzardo, contrabandista de ovelhas para o Uruguai.
Orlando Moscoso, contrabandista de cacau e até o padre Nestor Passos
contrabandista de…
Parou, pensou, continuou:
– “Contrabandista de almas. Encomenda as almas para o céu e manda todas para o inferno.”
Jânio ganhou em Itabuna.
ALCÂNTARA
Prefeito, Alcântara brigou com Gileno
Amado, compadre do governador Juracy e líder da UDN na região. Gileno
lançou uma campanha para forçar Alcântara a renunciar. Chamou o
vereador da UDN Manoel Alvarandio e promoveram uma marcha popular até a
prefeitura, todos gritando “impeachment! impeachment!”
Alcântara apareceu na porta da
prefeitura com os brancos cabelos esvoaçantes, um pedaço de papel na
mão esquerda, uma caneta na mão direita e desafiou a multidão:
-“Voces querem meu impeachment, eu
renuncio. Mas antes preciso que este moleque, o vereador Alvarandio,
escreva a palavra impeachment aqui neste papel.”
Alvarandio e a multidão foram dormir.
IMPEACHMENT
Março começou com o país se preparando
para a grande marcha do dia 15 contra os desvarios da presidente Dilma.
O povo vai dizer nas ruas porque não está engolindo esta farsa de uma
candidata que ganhou a eleição dizendo uma coisa e agora, com toda a
sua cara de pau, que está murchando dia a dia, faz tudo ao contrário.
Não se trata, por enquanto, de fazer
impeachment agora, que é uma arma que a Constituição entrega ao país só
nas horas do desastre final. Mas é preciso que cada um assuma suas
responsabilidades. Essa história de Lula e Dilma rebolando nos
palanques e televisões como se nada tivessem a ver com a roubalheira na
Petrobrás é asquerosa e intolerável.
Cada um, presidentes da República,
presidentes da Petrobrás, presidentes e membros do Conselho
Administrativo, vai ter que assumir suas responsabilidades e pagar pelo
que fizeram ou deixaram de fazer.
LULA
Em Angra dos Reis, no dia 7 de outubro
de 2010, o presidente Lula proclamava: “No nosso governo a Petrobrás é
uma caixa branca e transparente. A gente sabe o que acontece lá dentro.
E a gente decide muitas coisas que ela vai fazer.”
A autossuficiência promoveu o festival
de incompetência de projetos inviáveis, como as refinarias de
Pernambuco, Ceará, Maranhão e Rio de Janeiro. Todas elas consideradas
inviáveis pelo corpo técnico da Petrobrás. No parecer “Análise
empresarial dos projetos de investimento”, de 25 de novembro de 2009,
era documentado o ponto de vista técnico da empresa, atropelado e
desconsiderado pelo então presidente da República, que agora queda-se
em silêncio constrangedor ante as revelações da “Operação Lava Jato”.
DILMA
A presidente do Conselho de
Administração da estatal era Dilma Rousseff. Chegando depois à
presidência da República, o seu governo ampliou e agravou a situação
financeira da empresa. O caixa foi dilapidado à exaustão para atender
ao populismo fundamentalista. Importava petróleo à média de 100
dólares/barril e vendia internamente a 75 dólares/barril. Estimava-se o
prejuízo em R$ 65 bilhões.
Agora o grupo de Economia e Energia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro encontrou outro número. O
economista Edemar de Almeida, na “GloboNews”, coordenador do Grupo,
afirmou que o prejuízo da Petrobrás foi de R$ 106 bilhões. No governo
Dilma Rousseff, por consequência, o endividamento da Petrobrás
quadriplicou.
A maior crise da história da estatal
teve pai e mãe, autênticos carrascos na mutilação da quinta maior
empresa de petróleo do mundo.
A rapina foi a garantia da roubança e do
conluio dos corruptos e corruptores na expropriação de bilhões de
reais alimentando quadrilhas.
http://formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30782:quem-quebrou-a-petrobras&catid=80:denuncia&Itemid=131
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sábado, 7 de março de 2015
QUEM QUEBROU A PETROBRAS
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