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Escrito por Ricardo Della Coletta |
Qui, 19 de Fevereiro de 2015 08:12 |
Diante da crise política que se instalou
em Brasília, com a base “rachada” e o PT isolado de postos
estratégicos na Câmara, a presidente Dilma Rousseff quer sinalizar
mais uma vez que está disposta ao diálogo. O líder do governo na Casa,
deputado José Guimarães (PT-CE), procurou as lideranças partidárias nos
últimos dias para comunicar que a presidente pretende realizar
encontros mensais com eles. O aceno, no entanto, é visto com ressalvas
no Congresso, já que a presidente petista prometeu estabelecer um
calendário regular de encontros com os parlamentares em ocasiões
anteriores, mas abandonou a ideia.
Dos vetos, o que de fato acende o alerta
no governo é o que reajusta em 6,5% a tabela do Imposto de Renda para a
pessoa física. O índice foi aprovado por deputados e referendado por
senadores em dezembro, menos de dois meses depois de sua reeleição, já
em um sinal de descontentamento da base aliada com os rumos que a
montagem da equipe do segundo mandato tomava.
Preocupado com o impacto nas contas
públicas que o índice acarretará em um ano de ajuste fiscal, o Palácio
do Planalto trabalha para evitar a anulação do veto em troca de uma
correção menor, de 4,5%. Mas mesmo os aliados da petista são céticos em
relação à possibilidade de sucesso.
LULA ENTRA EM CAMPO?
Há duas estratégias em curso. A primeira
é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre de fato em campo
em Brasília para liderar a rearticulação da base aliada. Na agenda,
encontros com integrantes do PT e do PMDB. Sua ida a Brasília estava
prevista para hoje, quinta-feira (19), mas não estava confirmada.
Uma segunda estratégia é apostar no
adiamento da sessão, contando, para tanto, com o apoio da própria base.
Isso porque o relator do Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), deu
prazo até segunda-feira (23) para que novos parlamentares
apresentassem suas emendas individuais. O prazo pode inviabilizar no
dia seguinte na lei orçamentária, o que demandaria o adiamento da
sessão.
PACOTE FISCAL
Em outra frente, a presidente precisa
acelerar as negociações com o Congresso para evitar o “afrouxamento” do
pacote da equipe econômica que endureceu o acesso a benefícios
trabalhistas, como o seguro-desemprego e o abono salarial. Aliados,
inclusive do PT, apresentaram centenas de emendas às duas Medidas
Provisórias que tratam do tema propondo um alterações menos duras.
Também na terça-feira, os líderes da
base na Câmara se reúnem em almoço com os ministros Nelson Barbosa
(Planejamento), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Miguel Rossetto
(Secretaria-Geral), Manoel Dias (Trabalho) e Carlos Gabas
(Previdência). No encontro, eles argumentarão que a essência do pacote é
corrigir distorções e preservar benefícios sociais, mas internamente o
governo já admite ceder em alguns pontos, como o tempo de carência
exigido para o pagamento do seguro-desemprego.
http://formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30654:missao-impossivel-desafio-de-dilma-e-recompor-a-base-aliada&catid=77:politica-economia-e-direito&Itemid=132
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