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Escrito por Murilo Aragão |
Sex, 27 de Fevereiro de 2015 08:50 |
Em menos de duas semanas, duas
importantes lideranças do PMDB fizeram defesa velada de candidatura
própria para a Presidência da República em 2018. Após sua eleição para a
presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou em entrevista
para a revista “Veja” que time que não joga não tem torcida e que o
PMDB está há muito tempo sem jogar. Na edição seguinte, o governador do
Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), apoiou a tese e lançou o
nome do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, como alternativa. Na
avaliação de Pezão, a realização dos Jogos Olímpicos na cidade poderá
credenciá-lo como postulante ao cargo.
Cunha quer assumir papel de destaque na
condução da candidatura própria. Para tanto, está construindo e
fortalecendo pontes com importantes setores da sociedade. Nesta semana,
por exemplo, foram agendadas reuniões com representantes do Poder
Judiciário, das centrais sindicais e empresários. Quer colher
informações sobre a pauta legislativa de interesse desses setores.
MENSAGEM PELA TV
No programa do partido que vai ao ar na
TV amanhã, dia 26, não será mostrada nenhuma vinculação com o PT nem
com o governo. A mensagem que o partido pretende passar é a de que o
PMDB apoiará o que for bom para o país, e não para o governo, o que
está sendo visto pelo PT como uma intenção de distanciamento e a
construção de uma agenda própria.
Para piorar o clima, a imprensa informa
que a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer não
estão se falando com regularidade. E que, apesar das imensas
dificuldades políticas, a experiência de Temer parece não interessar à
presidente.
Preocupados em preservar o tamanho da
legenda, seus líderes também tentam esvaziar a criação de novos
partidos. O ministro das Cidades e fundador do PSD, Gilberto Kassab,
quer recriar o PL para, depois, fundi-lo ao PSD.
Vendo nessa iniciativa um risco para a
legenda, o PMDB apresentará ao Supremo Tribunal Federal, nesta semana,
Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o atual modelo de
assinaturas exigidas pela Justiça Eleitoral para a criação de um novo
partido.
PROJETO DE PODER
Como havia muito tempo não se via, o
partido começa realmente a trabalhar em um projeto de poder capaz de
resgatá-lo da condição de coadjuvante, papel que desempenhou nos
últimos 20 anos. Tal comportamento contribui para acirrar ainda mais os
ânimos do seu principal aliado no plano federal, o PT.
Por outro lado, ao mesmo tempo em que
acena com independência, o partido se mostra preocupado com a
governabilidade. Suas lideranças repetem o mantra de que o impeachment
de Dilma não terá o apoio do partido.
O fato novo é a nova posição do PMDB,
que se reflete na postura do comando da Câmara e do Senado em relação
ao governo. Ainda que tardiamente, o PMDB descobriu que poderá mandar
no governo muito além de sua presença no ministério da presidente
Dilma.
INDEPENDÊNCIA
No âmbito da reforma política, o partido
busca construir sua independência dando força ao debate de propostas
no Congresso. Além de fazer eventos e pesquisas de opinião com a
militância sobre o tema.
De fato, o PMDB demorou a tomar essa
atitude de maior independência. Pois, desde a campanha eleitoral de
2011, o partido foi tratado pelo PT como um aliado menor que seria
cooptado com meia dúzia de cargos.
Após anos de conflito, fica evidente que o PMDB deve marchar “solo” ou com novos aliados em 2018. (transcrito de O Tempo)
http://formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30755:pmdb-se-fortalece-para-ter-candidato-proprio-em-2018&catid=77:politica-economia-e-direito&Itemid=132
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