quarta-feira, 23 de julho de 2014

MAÇONARIA: O CÃO SÍMBOLO MAÇÔNICO DA LEALDADE

MAÇONARIA: O CÃO SÍMBOLO MAÇÔNICO DA LEALDADE Imprimir E-mail
Escrito por Jorge Muniz Barreto   
Qui, 17 de Julho de 2014 17:00
O cão é animal de matilha. Quando se adota um de seus exemplares, o respeito e amor ao seu “dono” fazem com que o cão demonstre a qualidade que os homens chamam de “lealdade”, que é tão valorizada pelos seres humanos, ao mesmo tempo que rara.
Exemplos são muitos e a literatura está repleta de tais casos. Aqui alguns casos serão apresentados: o primeiro do cão Bobby, ocorrido na Escócia, Edimburgo e o segundo um caso vivido por mim e a minha esposa, em Florianópolis. Finalmente alguns casos encontrados na literatura.
O Cão como Símbolo Maçônico
Vários animais são usados como símbolos na maçonaria. Um dos mais conhecidos é a Águia Bicéfala símbolo do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA), do Galo que todos devem se lembrar de sua Iniciação. Devido à sua importância e por ser frequentemente grau usado para equivalência entre ritos, o “Pelicano” [4], símbolo usado no grau de Rosa Cruz [1], [5], não deve ser esquecido. Menos conhecida é a Coruja usada como símbolo do mais alto grau do Rito Moderno (RM) [8], [9], [10]. A Coruja é também a ave simbólica do Professor. Neste trabalho trataremos do cão, já apresentado pelo Ir∴ Valdemar Sansão [11].
A “Lealdade” é uma virtude maçônica que só é estudada nos graus filosóficos1. No REAA este estudo é feito em um dos graus “Inefáveis” [13], no Rito Brasileiro existe na Loja Complementar (do grau 4 ao 14), um grau dedicado a esta virtude [12], o de “Mestre da Lealdade” e no Rito Moderno, se não existe um grau inteiramente dedicado ao estudo da “lealdade”, existe um grau em que um cão demonstra esta virtude. [10]
Casos de cães mostrando sua lealdade
O caso de Bobby [3], [6]
Bobby era um Skye Terrier. Esta raça é oriunda da ilha de Skye e é conhecida por sua lealdade e companheirismo. A Ilha de Skye, habitualmente conhecida simplesmente pelo nome de Skye, é a maior e a mais setentrional das ilhas do arquipélago das Hébridas, na Escócia.
Bobby era o colega de um polícial chamado John Gray. John e o cão converteram-se em amigos inseparáveis até 1858, quando John morreu de tuberculose e foi enterrado no cemitério Greyfriars. Seu cãozinho ficou famoso porque durante 14 anos permaneceu na sepultura de seu dono durante a noite até sua própria morte em 1872.
O Castello de Edimburgo era um dos lugares favoritos de Bobby.
Uma tradição ligada a Bobby e o castelo de Edimburgo é a do disparo de canhão das 13 horas. Conta a lenda que um capitão de marinha visitou Edimburgo em 1860. Quando voltou a seu lar, informou que tinha visto uma cidade maravilhosa, cheia de construções e monumentos esplêndidos, onde viviam homens sábios e belas mulheres. Tinha só um problema, ninguém sabia a hora correta do dia. Tinham suficientes relógios, mas nenhum deles indicava o mesmo horário.
Em 1861, a situação foi corrigida quando os servidores públicos da cidade decidiram que fosse feito um disparo de canhão todos os dias no castelo. Desse modo, todos os cidadãos poderiam acertar seus relógios.
Ao mesmo tempo em que esta tradição começou, Bobby ficou amigo de um sargento nos quartéis do castelo: era Scott, que apresentou a Bobby a seus amigos e todos deram as boas-vindas ao novo camarada peludo. Uma das responsabilidades do sargento Scott era a de a judar a disparar o canhão e Bobby sempre o seguia às rampas do castelo para ser testemunha da ação.
Imediatamente após o disparo, Bobby se dirigia a um restaurante chamado “The Eating House”, onde o dono regularmente lhe dava o seu almoço.
Logo ele se converteu-se em uma atração diária. Uma multidão frequentemente reunia-se nas portas do cemitério ou do restaurante para esperá-lo. Bobby não perdia tempo com sua comida. Nem bem terminava, corria para o cemitério para se sentar pacientemente ao lado da sepultura de John Gray.
O cãozinho é uma parte querida da história de Edimburgo, sua coleira e seu prato são preservados na Casa Huntly, o museu dedicado à história da cidade.
Após a morte de John Gray, Bobby não tinha dono oficial. Era amado e regularmente alimentado pelas famílias e comerciantes situados ao redor do cemitério, mas ninguém tinha pago a sua licença, motivo pelo qual, mais dia menos dia, seria levado pela carrocinha.
O Sr. James Brown que cuidava do cemitério, contou que encontrou Bobby deitado sobre o túmulo, na manhã seguinte do enterro. Como era proibido a permanência de cães no cemitério, o Sr. Brown perseguiu o cãozinho até tirá-lo dali, mas na manhã seguinte ele voltou. Uma e outra vez Bobby foi afugentado até que o Sr. Brown ficou com pena e permitiu que ficasse.
Ainda nos dias de clima mais horrível, Bobby não abandonava sua posição, e com frequência latia naqueles que tentavam convencê-lo a ir embora.
Felizmente para Bobby, o prefeito da cidade, Sir William Chambers era um amante dos cães. Como chefe do município, era um homem respeitado e de bom coração. Assim foi que, quando o assunto da licença de Bobby surgiu, se sensibilizou e pediu para conhecer o cãozinho. Sir William ficou encantado com ele e decidiu pagar por sua licença indefinidamente. Ele deu uma coleira a Bobby, a que se encontra hoje no museu, e um prato de bronze com a seguinte inscrição: “Greyfriars Bobby do Prefeito, 1867, autorizado”.
O cãozinho foi encontrado morto em cima da sepultura de seu velho amigo, John Gray. Isto sim, é lealdade a um amigo!
Um ano após a morte de Bobby, a Baronesa Burdett Coutts mandou esculpir uma estátua e uma fonte para comemorar a vida de um cão devoto e a história de uma amizade que superou a morte. As lápides de ambos são semelhantes, mostrando que uma verdadeira amizade , ambos são iguais.
A estátua está a poucos passos do cemitério e atrás dela, há um pub que leva o nome do cãozinho em sua honra.
Bar com nome em homenagem à Bobby
Asterisque
Asterisque foi o primeiro cão que tive quando vim morar no Campeche, bairro do sul da Ilha de Santa Catarina. Era da raça Shar Pei, de pelo cor de barro com nariz preto.
Nasceu em 30.04.1995 em um canil em Joinville da criadora Susie. Faleceu de velhice em agosto de 2008, magro e no fim da vida passava quase o tempo todo em minha biblioteca comigo. Tendo durante quase um ano sido o único animal da casa é mais que natural que tenha ficado muito ligado a mim e à minha esposa que lhe dava comida.
Quando já adulto, certa noite um indivíduo que costumava passear seus cães, jogou um saco de plástico no meu jardim, contendo líquido mal cheiroso. Minha mulher, indignada, saiu com Asterisque, na coleira.
Asterisque logo farejou o indivíduo e foi até uma rua paralela à minha. Minha esposa contou-me que ao passar defronte de uma casa ouviu voz vindo lá de dentro atiçando os cachorros.. Sairam dois que avançaram sobre ela. Asterisque pulou em um deles e ela caiu. Asterisque ficou em cima dela defendendo-a. Ela conseguiu se levantar e veio me chamar. Chegou em casa, suja por ter caido e um pouco machucada na queda. Asterisque ficara engalfinhado com os dois cachorros do
JB News – Informativo nr. 1.402 Florianópolis (SC) – quinta-feira, 17 de julho de 2014. Pág. 11/28
vizinho. Peguei uma bengala e corrí para lá onde consegui apartar a briga dos dois contra Asterisque.
O valente Asterisque estava todo mordido. Apesar de suas feridas, passou aquela noite e algumas outras, em nosso quarto, cutucando o tempo todo minha mulher com o nariz. Sentia sua preocupação com aquela que salvara e despreocupado com suas próprias feridas. Grande demostração do amor e lealdade, que dedicava à nós dois.
Roscoe: [7]
O caso do cão Roscoe ocorreu em Albuquerque, no Novo México, Estados Unidos da América. O caso é contado pelo filho de um ancião, afetado pelo mal de Alzheimer, em estado avançado e com dificuldade de fala. Charles Sasser, fez um video de seu pai e o cachorro Roscoe2. Charles conta que foi muito triste acompanhar a evolução da doença degenerativa de seu pai e se sente feliz toda vez que Roscoe se aproxima de seu pai com um objeto. Neste momento, a presença do cão provoca melhoria momentânea e seu pai conversa com o animal.
Como diz o comentariasta Jorge Romano (em 2/5/2014) “A lambida de um cão e uma cauda abanando tem um poder de cura fantástico. Pena que nem todos já descobriram isso.”
Rossi: [7]
Desde dezembro o cachorro Rossi não sai da porta da Maternidade Barros Lima, no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife. Ele chegou ao local acompanhando a dona, mas ela morreu alguns dias depois de ter sido internada -- mas o animal continua esperando por ela do lado de fora da unidade de saúde. Vagando de um lado para outro do estacionamento, o cachorro passa em frente à emergência, vai embora e depois volta, todos os dias.
Os funcionários da maternidade disseram que localizaram a neta da dona do cachorro e pediram para ela ir buscar o animal, mas a jovem disse que não tinha interesse pelo bicho. Também tentaram tirá-lo do local, mas ele voltou para a unidade de saúde.
O auxiliar de serviços gerais Marcos Félix Batista é um dos funcionários da maternidade que cuida do vira-lata. Ele disse que tem um carinho especial pelo bicho. “Aqui, botaram o nome dele de Rossi e ele atende. Tentaram levar, mas ele não sai daqui da Barros Lima, pois é muito apegado à galera daqui. A turma gosta muito dele”, garante. A veterinária Milena Branco diz que o cachorro não sai da porta da maternidade porque ainda não entendeu que a dona morreu. E caso não seja adotado, pode esperar durante anos. “Tem muito a ver com lealdade e amor. Esse animal adotou a dona como uma mãe. Para ele, é uma mãe, uma pessoa que cuida, dá carinho, dá afeto. Cadê essa pessoa agora? Ele foi lá realmente procurar e está esperando ela sair, para levar ele para casa, onde viviam normalmente”, explicou.
A veterinária alerta: a retirada dele do local deve ser feita com cuidado. “Não é de um dia para outro, sedar o animal e o levá-lo para uma casa onde ele nunca viu ninguém e tudo é diferente. Tem que estudar realmente o comportamento desse animal para conseguir tirar e levar para um lar tranquilo”.
Rossi felizmente parece ter tido um final feliz como conta o texto de referência de 2/4/2014. O cachorro Rossi, ganhou um novo lar. Apesar da dificuldade de tirar o animal do local onde ficou, durante todo esse tempo, pela companheira de anos, Rossi agora faz parte de uma família do município de Itaíba, no Agreste de Pernambuco, a 331 quilômetros da capital pernambucana.
No dia de sua adoção, Rossi correu para se esconder quando percebeu que deixaria o pátio da maternidade. As tentativas de prendê-lo com uma coleira deixaram o animal ainda mais assustado.
A nova dona, encantada pela fidelidade do bicho, esperava anciosa a oportunidade de levar o cachorro para viver em um sítio, na companhia de outros animais. "Eu assistindo a reportagem, me sensibilizei. Minha irmã também trabalha nesse hospital. Ele vai morar em um sítio, nós temos uns cavalos e bois", conta a pedagoga Patrícia Simone Bezerra
Para realizar a captura, uma equipe de veterinários do Centro de Vigilância Ambiental (CVA) do Recife teve que sedar o cão para poder colocá-lo dentro da caixa adaptada. "Ele teve que ser acalmado porque estava um pouco agitado. Tivemos que amarrar o focinho, mas foi tranquilo. Antes,foi feito um exame clínico, onde foi diagnosticada uma conjutivite, mas já está sendo tratado", aponta a veterinária Jael Amaral.
Muitos funcionários viram o cachorro ser imobilizado e ficaram tristes por saber que não vão mais encontrar o Rossi na entrada do hospital. O auxiliar de serviços gerais Edvaldo Medeiros foi um dos que, nos últimos meses cuidou do cão. "Ele vai se embora assim, vai partir, vai deixar o coração da gente também partido. Vou sentir muita falta. Era um cachorro companheiro, seguia a gente para tudo que é lado", recorda o auxiliar.
A gerente da maternidade, Graça Correia, também veio se despedir do cachorro - bastante emocionada, conversou com o animal antes de ele seguir viagem. "É um filho para todos nós, que estamos dando em adoção. Ele vai ter um lar, vai ficar feliz", conta a gerente.
A história é parecida com a do cachorro Hachi, do filme Sempre ao Seu Lado, que por dez anos ficou à espera do dono, interpretado pelo ator Richard Gere, voltar do trabalho. Sempre que ouvia o barulho nos trilhos, corria para estação de trem. O dono também morreu e o cão fiel não deixou de esperar.
De acordo com o gerente da Vigilância Ambiental do Recife, Jurandir Almeida, a história do Rossi fez com que outros animais pudessem também ser adotados. "Recebemos muitas ligações e tivemos doações nos últimos dias", explica.
Ciccio [7]
Ciccio, um pastor alemão de 12 anos, visita diariamente a igreja de Santa Maria Assunta em San Donaci na Itália desde que a sua dona faleceu, ela frequentava a igreja onde também foi realizado o seu funeral. Há dois meses ele ensina uma lição de amor e lealdade. Ciccio foi adotado um ano antes por Maria Margherita Lochi, 57 anos, quando foi encontrado abandonado em um terreno baldio perto de sua casa. Maria sempre gostou de animais e já havia adotado vários gatos e cachorros de rua, mas sua ligação com Ciccio era especial. A atitude dele demostra que o amor dele por ela também era muito especial. Dona Maria ia todos os dias à missa na igreja local e o padre permitia a entrada de Ciccio que esperava pacientemente a seus pés. Ele também esteve lá com os entes queridos da Dona Maria em seu funeral. Mas agora Ciccio parece ter dificuldade para entender que ela não vai mais voltar e continua indo à missa todos os dias no mesmo horário, assim que ouve os sinos chamando os fiéis. Ciccio simplesmente se senta ao lado do altar, em silêncio, na esperança de ver Dona Maria chegar. O padre Donato Panna já esta acostumado com a presença do cachorro, que sempre ficou muito comportado aos pés de Dona Maria, e agora espera pacientemente ao lado do altar, acreditando que ela irá voltar. Todos em San Donaci ficaram tão impressionados com a fidelidade de Ciccio, que em conjunto decidiram adotá-lo e cuidar dele.
Hachiko:
Outra emocionante estória de fidelidade é a do Hachiko, nascido em 1923 na província de Akita no Japão, o filhote foi levado pelo professor Ueno para Tokyo, se tornou seu fiel companheiro e todos os dias o acompanhava na ida e na volta na estação de trem de Shibuya, esta rotina durou quase dois anos, até que um dia o professor não voltou, sofreu um ataque fulminante. O cachorro por aproximadamente 10 anos esperava pontualmente na estação o retorno do seu amado dono, familiares do professor o levaram, prenderam por inúmeras vezes e ele escapava, por fim acabou ficando ali toda a sua vida a espera do seu amado dono. As pessoas acostumaram com sua presença, entenderam a sua dor e tratavam dele ali, morreu em 08 de março de 1935 e foi colocado uma estátua na estação em homenagem a maior prova de amor e fidelidade já vista, esta história serviu de inspiração para o filme SEMPRE AO SEU LADO, estreado por Richard Gere. O JB News nº1392, pg..26. tem foto de Hachiko morto feita em 8 de março de 1935, ao lado reproduzida.
Conclusão
Temos muito que aprender com os animais, que chamamos “irracionais” e quando vemos tantas guerras, violências no noticiário diariamente, fico me perguntando “seremos nós os irracionais?
Referências
1. ASLAN, Nicola,. O Livro do Cavaleiro Rosa-Cruz, 1 ed. A Trolha, Londrina, São Paulo, 1997.
2. ASLAN, Nicola: Instruções para Lojas de Perfeição: para do 5º ao 14º, A Trolha, Londrina, 2002.
3. BARRETO, Jorge Muniz, A lealdade de um cão: Bobby. In Barreto, J. M., Ed. Mestre da Justiça - Antologia do Grau 9 do Rito Brasileiro, 1ª ed. Karmananda, Florianópolis, SC, 2013.
4. BIAZUSSI, Edson, A simbologia do pelicano. In Barreto J. M., Ed. Múltiplos Mistérios Rosa Cruz, 1ªed Karmananda, Florianópoli, SC, 2013.
5. CASTELLANI, José. Cavaleiro Rosa-Cruz, A Trolha, Londrina, 1997.
6. FONTE da história de Bobby: www.mdig.com.br/index.php?itemid=7354, acesso em 20/5/2012.
7. BLOG: http://www.ogritodobicho.com/
8. MANGUY, Irene: Symbolique des Grades de Perfection et des Ordres de Sagesse, 2 ed. Dervy, Paris, 2003.
9. MANGUY, Irene: De la Symbolique des Chapitres en franc-maçonerie. Dervy, Paris, 2005.
10. RITUAL do grau 4, Eleito Secreto do Rito Moderno, publicado pelo Muito Poderoso e Sublime Grande Capítulo do Rito Moderno, Oficina Chefe, São Paulo, 2005.
11. SANSÃO, Valdemar O Cão. JB News, nº70, p.5-9, 9/11/2010.
12. SCARB. Ritual do Grau 9 - Mestre da Justiça. Supremo Conclave Autônomo para o Rito Brasileiro, Cataguases, (MG), 2002.
13. SCSC (Supremo Conselho de Santa Catarina para o REAA). Ritual do Grau 9, Cavaleiro Eleito dos Nove, Loja de Perfeição 1 edição, 2001.


Fonte: JB News

 .......................................................................................................................................................
 
Acesse o site www.banquetemaconico.com.br e veja o sumário do livro. Tenho a certeza de que você vai gostar.

http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-517935123-banquete-macnico-origens-preparaco-ritualistica-_JM
 .......................................................................................................................................................

 

www.banquetemaconico.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário