sábado, 19 de julho de 2014

VEXAME DE 2014 SUPEROU TRISTEZA DE 1950

VEXAME DE 2014 SUPEROU TRISTEZA DE 1950 PDF Imprimir E-mail
Escrito por Pedro do Couto   
Sex, 18 de Julho de 2014 09:00
A frase título, de meu cunhado e grande amigo Eduardo Martins Pedro, constrói uma síntese comparativa perfeita entre o resultado de ontem, que a distância de 64 anos não apagou, e os vergonhosos sete a um de agora, maior vexame do futebol brasileiro, eternamente incorporado à memória nacional. Nunca, acho eu, nos libertaremos da tragédia de 2014,  venham a nós só fatores de vitórias que vierem através do tempo. A tristeza que envolveu o Brasil em 50 pode ter sido maior do que a que nos atingiu neste julho do século 21, mas o sentimento de vergonha superou o deixado pela derrota no meio do século vinte.

Há motivos para isso, alguns destacados por minha mulher, relativas à abrangência da comunicação. A final de 1950 foi exatamente no dia 16 de julho. A televisão chegou ao país, primeiro em São Paulo, em agosto. Em setembro, o jornalista Assis Chateubriand inaugurou a TV-Tupi no Rio. O Maracanã estava superlotado, com duzentas mil pessoas nas arquibancadas, na geral que existia na época, nas cadeiras do estádio Mário Filho. Assim, a decisão foi acompanhada através das emissoras de rádio. Claro, a comunicação de 50 não pode ser comparada à proporcionada, agora, pelas emissoras de televisão.
Praticamente toda a população tornou-se testemunha de nossa fragorosa derrota. Assistindo à sucessão de gols como se fossem imagens editadas em replay. Ocorreram quatro gols alemães em apenas seis minutos. O primeiro tempo acabou com cinco a zero contra nós. Não conseguimos, portanto, nem torcer pela nossa Seleção. O afundamento foi geral.
Nossa defesa simplesmente não existiu. Quanto tocávamos, raras vezes vale frisar, não retornávamos para as ações defensivas, exatamente ao contrário do que fazia a Alemanha. Havia sempre, pelo menos seis adversários na linha em que a bola se encontrava. Não tínhamos velocidade alguma. Foram para dentro da meta de Júlio César desferidos cara a cara pelos alemães. Não poderíamos ter sido piores. Entretanto, dias depois repetimos nosso vergonhoso desempenho contra a Holanda. Aos inéditos sete a um adicionamos frios três a zero. Fomos péssimos.
INACREDITÁVEL
Quase inacreditável termos perdido por 7 a 1 no Mineirão, jogando em uma de nossas sedes com a torcida quase toda a favor. Não há exemplo, em Copas do Mundo, de tragédia semelhante. Na realidade, perdemos as duas partidas de encerramento levando dez gols e marcando apenas um. No futebol moderno, inclusive as goleadas tornam-se mais difíceis sobretudo em função de as equipes moverem-se mais rapidamente e terem incorporado, não nós, uma preocupação defensiva tão intensa como a ofensiva. Os times avançam compactamente e recuam de forma igualmente compacta.
Falar sobre a clamorosa derrota, nesta altura dos acontecimentos, é falar sobre o óbvio ululante de Nelson Rodrigues. Mas é importante acentuar o sentimento de vergonha que está nos alcançando, do qual não conseguiremos nos livrar com facilidade. Sobretudo porque o vexame a que todos nós fomos expostos chega até a superar a tristeza de 1950. No passado, houve uma derrota por dois a um. Agora, fomos marcados pelo emblema dos sete a um. Não será fácil esquecer.

Fonte: Tribuna da Internet

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