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Escrito por Rolf Kuntz |
Ter, 19 de Agosto de 2014 14:00 |
Perdido o primeiro semestre, o governo
terá de rezar com muito fervor para fechar o ano com o mísero
crescimento econômico previsto há dois meses pelo Banco Central (BC),
1,6%. No setor privado as apostas há muito tempo estão abaixo desse
número. No dia 8 a mediana das projeções do mercado, coletadas entre
instituições financeiras e consultorias, já estava em 0,81%. Quatro
semanas antes havia chegado a 1,05%. Só no fim do mês o IBGE divulgará
os novos números do produto interno bruto (PIB) e mostrará, de acordo
com os padrões oficiais, o tamanho do desastre nos primeiros seis meses.
Por enquanto, a informação mais aproximada é o Índice de Atividade
Econômica do Banco Central (IBC-Br). Publicados na sexta-feira, os dados
mostraram queda mensal de 1,48% em junho e crescimento de apenas 0,08%
no semestre. Esses números são da série depurada de efeitos sazonais.
A Copa das Copas tem sido usada como
desculpa, ou meia explicação, para o emperramento da atividade em junho:
menos dias de trabalho, adiamento de compras e coisas parecidas. Mas a
Copa das Copas, também anunciada como a melhor de todos os tempos, durou
umas quatro semanas. A economia, no entanto, foi mal durante seis meses
- sem contar, é claro, o período entre o começo de 2011 e o fim de
2013. A presidente Dilma Rousseff e sua equipe cuidaram de manter em
2014 um desempenho econômico à altura dos três anos anteriores. Não
tomaram, pelo menos até agora, uma única e solitária medida para renegar
o padrão. Seu sucesso é confirmado pelos principais indicadores -
contas públicas em frangalhos, inflação ainda ameaçadora, investimento
baixo e balanço de pagamentos esburacado.
O baixo investimento é explicável tanto
pela má condução dos programas oficiais quanto pela desconfiança dos
dirigentes da indústria. Muitos podem até apoiar politicamente o governo
e aplaudir o protecionismo e os favores setoriais, mas aplicar dinheiro
em máquinas, equipamentos e instalações é outra história. A produção de
bens de capital no primeiro semestre foi 8,3% menor que a de um ano
antes, segundo o IBGE. Os empresários terão substituído máquinas e
equipamentos nacionais por estrangeiros? Nem isso. O valor gasto com a
importação desse tipo de produto, entre janeiro e julho, foi 6% menor
que nos sete meses correspondentes de 2013, pela média diária.
Apesar disso, fabricantes estrangeiros
de bens de capital até podem ter ocupado uma parcela maior do mercado
interno. Mas, no balanço geral, tudo indica, por enquanto, um corte do
investimento em bens de produção. A pior situação, de toda forma, é a
dos produtores nacionais, pressionados pela combinação de procura em
queda e custos em alta. Com dificuldades para competir no mercado
externo, têm de enfrentar, ainda, a retração dos compradores nacionais.
Na maior parte dos últimos seis anos,
desde o começo da recessão internacional, o governo brasileiro alardeou o
vigor e a dimensão do mercado interno como fator de segurança contra a
crise. A insistência nos estímulos ao consumo foi uma consequência dessa
concepção - e da percepção errada, naturalmente, do problema e das
soluções possíveis.
Se a presidente e sua equipe fossem mais
atentas aos fatos, teriam percebido há muito tempo os erros de sua
estratégia. Apesar dos incentivos fiscais a alguns setores, da expansão
do crédito e da elevação da renda dos consumidores, a indústria
brasileira teve um desempenho muito fraco durante os últimos anos.
Alguns setores mais beneficiados pelos incentivos conseguiram boas
vendas e lucros, durante algum tempo, porém nem esses aproveitaram as
vantagens para ganhar poder de competição. Mas até a mágica do mercado
interno parece estar acabando, como indicam os últimos números do
comércio varejista. De janeiro a junho, as vendas foram 4,2% maiores que
as do primeiro semestre do ano anterior, sem contar veículos,
componentes e material de construção. Com a inclusão desses itens, a
diferença fica em apenas 0,1%.
O mercado interno está sendo incapaz de
acompanhar a produção de automóveis, disse na quarta-feira o
vice-presidente da associação nacional das montadoras, Antônio Carlos
Botelho Megale. A solução, segundo ele, é exportar mais. Outros
segmentos mal acompanharam - ou nem acompanharam - a expansão da
procura, nos últimos anos, como indica o aumento de importações. Todos
estariam agora em melhor situação, e com melhores perspectivas, se
houvessem cuidado mais do poder de competição e da ocupação de espaços
dentro e fora do País.
Para exportar a indústria
automobilística depende amplamente do mercado argentino, estagnado e
protegido. A maior parte das indústrias, com algumas exceções notáveis,
acostumou-se a exportar principalmente para os vizinhos. Agora nem esse
mercado é garantido, por causa da invasão da turma da Ásia. Até no
Mercosul esses competidores têm deslocado os brasileiros. Mas a
concorrência vem também de economias desenvolvidas, facilitada pelos
acordos comerciais dos latino-americanos com as potências da América do
Norte e da Europa.
Esnobar o mundo rico foi uma das
espertezas da diplomacia comercial brasileira a partir de 2003. Boa
parte da indústria aceitou esse jogo e se acomodou como fornecedora de
países da vizinhança. Alguns exportadores continuaram batalhando pelos
mercados da Europa e dos Estados Unidos. Mas tiveram problemas
crescentes de competitividade. O ambiente de ineficiência - tributação
irracional, logística ruim, inflação elevada, intervencionismo
desastrado, etc. - prejudicou também as empresas bem organizadas e
equipadas. Nos últimos 12 anos o País foi orientado para jogar na
segunda ou na terceira divisão. Falta explicar esse detalhe ao resto do
mundo e pedir compreensão.
Fonte: Veja.com
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