A política, mistura de
ciência e arte, está cheia de acontecimentos imprevistos que explodem a
cada momento, especialmente nas disputas eleitorais, capazes de
influir e até mudar, pelo menos parcialmente, os rumos das campanhas
sinalizados pelas pesquisas de intenções de voto. A atitude da
presidente da Petrobrás, Graça Foster, doando três imóveis que possui
para os filhos temendo o bloqueio de bens pelo tribunal de Contas da
União, é um exemplo. Deixou em posição desconfortável a presidente
Dilma Rousseff, ao tomar iniciativa igual à de Nestor Cerveró,
ex-diretor da estatal, sobretudo porque Cerveró, juntamente com Sérgio
Gabrielli e Roberto Costa, foi acusado pela chefe do Executivo de
fornecer informações incompletas sobre a compra da refinaria de
Pasadena.
![](https://abobado.files.wordpress.com/2014/08/dilma_graca_foster_e_cervero_pilantras_da_petrobras_thumb.jpg?w=698&h=419)
Dilma Rousseff saiu na
defesa de Graça Foster no primeiro instante. Não estava com as
informações divulgadas pelos repórteres Vinicius Sassine, Eduardo
Bressolini e Demétrio Weber, O Globo, edição de quinta-feira 21. A
decisão de Graça Foster não acrescenta nenhum voto para a reeleição da
presidente da República. Mas pode tirar. Basta o cotejo das duas faces
da questão para acentuar a imprudência do gesto. Desnecessário. Os
filhos são herdeiros universais e necessários. Assim agindo, ela se
igualou a Nestor Cerveró. Errou e muito sob o prisma político.
IMPOSIÇÕES DE MARINA
Outro impacto na
campanha foi produzido por Marina Silva com as imposições a que obrigou
o PSB, partido ao qual está filiada. Uma delas a de não apoiar os
candidatos escolhidos pela legenda em São Paulo, Paraná, Santa Catarina
e Rio de Janeiro. Foram compromissos assumidos por Eduardo Campos que
ela resolveu apagar da memória partidária. reportagem de Simone
Iglesias, Cristiane Jungblut e Catarina Alencastro, O Globo também de
21 de agosto destaca estas alterações. Além disso, ela afirmou que,
candidatando-se pelo PSB, não desistirá de se empenhar pela
transformação do Movimento Rede Sustentabilidade em partido político, o
que facilmente acontecerá se ela for eleita pelas urnas de outubro.
Para a Rede será uma alvorada. Para ela, Marina, a chegada ao Planalto.
Marina Silva também
fez duas substituições no comando da campanha: o coordenador geral e o
encarregado da arrecadação financeira. Tais substituições não devem ter
agradado nada o comando do Partido Socialista Brasileiro.
Principalmente uma arrecadação financeira estilo socialista,
presume-se, colocada em prática num sistema capitalista. Sim,
partindo-se do princípio de que doações para campanhas políticas só
podem se realizar através do capital. Nunca dos salários por motivos
óbvios.
LULA E LINDBERGH
Finalmente o terceiro
impacto: o apoio expressado pelo ex-presidente Lula a Lindbergh Farias,
candidato ao governo do Rio de janeiro. Como Lula aparece apoiando
enfaticamente Dilma Rousseff, depois de aderir a Lindbergh,
dificilmente Dilma Rousseff poderá se aproximar de Luiz Fernando Pezão,
como no episódio que marcou o encontro de ambos com grande número de
prefeitos fluminenses quando foi lançada a chapa Dilmão: Dilma com
Pezão. Qualquer novo movimento nesse sentido, sem dúvida, causará
confusão na cabeça dos eleitores do Rio de janeiro, capazes de
identificar uma distonia entre o -ex-presidente da república e a atual
que busca nas urnas a reeleição e tem em Luís Inácio da Silva seu maior
eleitor e sua principal fonte de apoio. Com o apoio de Lula,
Lindbergh, quarto colocado no Ibope e Datafolha, passa a ser um
candidato competitivo. Pode subir na escala de votos, superando Pezão e
Marcelo Crivela e decidindo o acesso às escadas do Palácio Guanabara
com Garotinho no segundo turno.
Bem: esses foram os impactos. Vamos ver como se refletem nas próximas pesquisas do Ibope e Datafolha.
Fonte: Tribuna da Internet
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