terça-feira, 5 de maio de 2015

DIRIGENTES DA PETROBRAS DEVIAM SER PRESOS POR DESTRUÍREM PROVAS


Fábio Fabrini
Estadão
A oposição vai propor na CPI da Petrobrás uma perícia em computadores e equipamentos de gravação da estatal. O objetivo é verificar se, de fato, áudios e vídeos de reuniões do Conselho de Administração foram destruídos e se, eventualmente, há possibilidade de recuperar arquivos.
DIRIGENTES DA PETROBRAS DEVIAM SER PRESOS POR DESTRUÍREM PROVASA estratégia foi acertada pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), com os integrantes do partido na Câmara após reportagem do Estadão.com revelar nesta quinta-feira que a estatal alega ter eliminado registros, em áudio e vídeo, dos encontros.
O vice-presidente da comissão, deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), e o líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE), afirmaram que o pedido será feito na próxima reunião, marcada para terça-feira. A perícia ficaria a cargo da Polícia Federal.
Aécio afirmou que há possibilidade de “crime”, se ficar configurada destruição deliberada de provas de um delito. “Isso nos permite suspeitar que o que ocorreu efetivamente na reunião do conselho que aprovou Pasadena, em relação à participação da presidente (Dilma Rousseff), é algo muito diferente do que sabemos até aqui”, disse o senador.
REGISTROS APAGADOS
Em resposta a pedidos do Estadão, feitos por meio da Lei de Acesso à Informação, a Petrobrás informou que as reuniões do Conselho de Administração são registradas por gravador, colocado na sala do encontro, e também por videoconferência. Porém, esses registros são apagados após a formalização das atas.
Segundo a Petrobrás, também foram apagadas as gravações de reuniões de 2006 e 2012, quando houve aprovação das principais etapas da compra da Refinaria de Pasadena. A prática estaria embasada no Regimento Interno do Conselho de Administração, mas a companhia não o apresentou.
Em 2006, como chefe da Casa Civil e presidente do colegiado, Dilma deu aval à aquisição dos primeiros 50% da Refinaria de Pasadena. O Tribunal de Contas da União (TCU) apurou prejuízo de US$ 792 milhões no negócio, finalizado em 2012.
A MANDO DE QUEM?
Aécio disse que a oposição vai pleitear cópia do regimento do conselho e questionar “desde quando”, “a mando de quem” e “de que forma” as gravações são destruídas. Ele explica que informações reservadas, de acionistas minoritários da Petrobrás, dão conta de que a influência de Dilma no negócio de Pasadena teria sido mais efetiva que a admitida pelo governo.
Por isso, a CPI requereu em 28 de março gravações e outros registros dos encontros do conselho, mas a estatal não respondeu. Em reunião com integrantes da comissão, a companhia não comunicou a eliminação. Diante disso, a CPI deu prazo para a entrega do material até esta segunda-feira, dia 4, sob risco de acionar a Polícia Federal para uma busca na sede da empresa.
O senador diz ainda que, a partir das explicações da companhia, a oposição poderá acionar na Justiça “responsáveis por ocultação de provas”. “A sensação que fica é que houve um esforço da Petrobrás de limpar a cena do crime”, comenta. “Há a possibilidade concreta de destruição de provas”, reforçou Imbassahy.
Mendonça Filho afirmou que a perícia ajudaria a encontrar os responsáveis pela destruição. “Não tem sentido uma empresa com a história da Petrobrás apagar registros”, comentou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Antigamente, apagavam-se gravações para reaproveitar as fitas. Desde o advento dos computadores, nas décadas de 80 e 90, essa prática passou a não mais ser aceitável, porque não existe necessidade de apagar nada nos computadores.
No caso, a Petrobras está apagando descaradamente as provas de envolvimento de Dilma Rousseff. Simples assim. Em um país minimamente sério, os dirigentes da Petrobras sairiam do prédio algemados. (C.N.)

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