terça-feira, 26 de maio de 2015

OLIVER: O ESTADO ISLÂMICO DO RIO DE JANEIRO


VLADY OLIVER
OLIVER: O ESTADO ISLÂMICO DO RIO DE JANEIROÉ impressionante como a vontade de barbarizar chega rápido, como uma moda hedionda, nos quintais avariados do planeta. Inspirados na volta ao planeta dos macacos do Estado Islâmico, nossos próprios orangotangos já descobriram os prazeres mórbidos que proporcionam à patuleia incauta ao descer a faca nos pobres cariocas indefesos. E a claque que aplaude os imbecis que desgovernam aquelas paragens já decretou que a culpa das é facas, das bicicletas, do próprio médico abatido pela ferocidade. Só não foi responsabilizado o monstro que protagonizou a barbárie.
É incrível a vontade de contemporizar com o crime, não é mesmo? Uma onda de esfaqueadores se multiplica nas areias superfaturadas da cidade, um dia maravilhosa, e tudo o que esses senhores não têm são respostas para a própria estupidez latente. Já sei. Devo estar incorrendo no crime de racismo, embora não tenha visto a cor da pele do “menino” que estripou o ciclista sem direito à defesa. Meus macacos não são negros; que fique bem claro. Eles têm a cor que vocês quiserem. Têm a cor de prefeitos, secretários de segurança, governadores e o que mais couber na pele desses cúmplices de um assassinato.
Enquanto olham para o nada e tentam defender o que não tem lógica ─ que dirá defesa ─, um cidadão de bem é enterrado diante da família devastada e impotente. É isso o que essa gente defende? Três meses de cadeia e direito a fuga para um bandido de tamanha periculosidade? Lembro que, quando foi lançado o impúbere Gremlins, de Steven Spielberg, alguém por aqui resolveu chiar que as mortes sugeridas no filme eram hediondas, pois se morria triturado por um liquidificador ou eletrocutado numa tomada doméstica.
O que semeiam as nobres “otoridades” deste rincão varonil é a morte a paneladas. Venho insistindo nesta tecla manca deste acorde dissonante. É a última fase do desprezo pelo ser humano. Começa na ponta da faca e termina no cabo da panela. Que Deus nos ajude a sair da lama imunda.

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