terça-feira, 28 de abril de 2015

COMENTÁRIOS A RESPEITO DOS CALENDÁRIOS NA MAÇONARIA BRASILEIRA


COMENTÁRIOS A RESPEITO DOS CALENDÁRIOS NA MAÇONARIA BRASILEIRACalendário entre os vários sinônimos, consta dos dicionários como sendo um sistema elaborado para adequar de forma mais racional possível os dias, as semanas, os meses e os anos de acordo com os principais fenômenos astronômicos, e em especial os envolvidos com a posição do sol e eventualmente com a posição da lua.
O nosso calendário atual é solar e chama-se calendário gregoriano. Ele pretende fazer com que o ano civil, seja o mais aproximado possível com o ano trópico calculado em 365,2422 dias solares médios. Neste período deverão estar inseridas as quatro estações. A concordância entre anos trópico e civil é conseguida através de artifícios de anos ordinários e bissextos, ou seja, cada quatro anos aparecerá um dia a mais, no caso no mês de fevereiro com vinte e nove dias.
Quanto aos calendários lunares, estes são baseados nos ciclos da lua. O ano tem doze lunações, entretanto, com relação ao término das estações há desvios, que trazem como conseqüência, distorções. Estes desvios são corrigidos através dos calendários luni-solares pelo acréscimo de um décimo terceiro mês em alguns determinados anos. O calendário hebraico se baseia neste tipo de calendário luni-solar.
Existem alguns calendários conhecidos:
Juliano
Estatuído por Júlio César no ano 46 a.C. aconselhado pelo astrônomo Sosígenes para substituir o calendário romano, que era muito confuso. Mas também não resolveu. Havia uma discrepância muito grande dentre o ano civil e o ano trópico.
Litúrgico ou eclesiástico
Usado na idade média, tendo uma forma de calculá-lo muito complexa. O objetivo principal era a determinação da Páscoa. Este calendário foi inventado no Concilio de Nicéia no ano 325. d.C. e ainda está em uso na Igreja Católica.
Gregoriano
Criado pelo Papa Gregório XIII em 1562. É o mesmo calendário Juliano com as seguintes alterações: anos bissextos têm o milésimo sempre divisível por quatro. Os anos seculares nunca serão bissextos a não ser que o número seja divisível por quatro. Assim, com as devidas correções a diferença entre o ano trópico e civil é quase desprezível, ou seja, de 0,0003. Para acertar as estações do ano foi estabelecido que na ocasião, o dia 04/10/1562 passasse a ser 15/10/1562.
Muçulmano
É um calendário lunar. O ano tem 354 ou 355 dias começando de 10 a 12 antecipadamente.. Ele é considerado a partir da hégira que é era maometana que tem como ponto de partida a fuga de Maomé de Meca para Medina no ano de 622 d.C. da nossa era atual. Esta se celebra no primeiro dia do terceiro mês. O nono mês é o mês do Ramadã.
Republicano Francês
Criado pela Revolução Francesa em 24/10/1793 O ano começava no dia 22 de setembro e era dividido em doze meses de trinta dias, mais cinco suplementares consagrados às festas republicanas. Os meses tinham os nomes um estranhos a saber: Vindimário, Brumário, Frimario, Nivoso, Pluvioso, Ventoso, Germinal. Floral, Prarial, Messidor, Termidor e Frutidor. O mês era dividido em décadas e os nomes dos dias tirados da ordem natural da própria numeração. Foi substituído pelo calendário gregoriano em 01/01/1806. Era um calendário anticlerical.
Hebraico
O calendário hebraico é lunar e solar ao mesmo tempo e o ano poderá se constituir em doze ou treze meses, isto porque os doze meses são lunares e não englobam o período de um ano solar, havendo uma sobra de onze dias, visto que o ano lunar tem 354 dias e o ano solar 365. Isto fará com que surjam anos de treze meses após um ciclo variável de anos de doze meses.
O período de cada lunação é de vinte e nove dias, doze horas e quarenta e quatro minutos. Como cada dia e cada mês começam e terminam à meia-noite, alguns meses terão trinta dias e outros apenas vinte e nove dias.
O ano hebraico poderá ser iniciado em dois meses diferentes: Em Nissan 1º mês (março-abril) considerando o ano agrícola, eclesiástico ou religioso e Tsherei 1º mês (setembro-outubro) se considerar o ano econômico ou civil, também usado para assuntos históricos.
O ano de doze meses denomina-se ano comum e pode ser de três formas: ano ordinário de com 354 dias, deficiente ou defectivo com 353 dias e abundante com 355 dias.
O ano de treze meses chama-se embolísmico ou intercalar e pode ser também de três formas: ordinário quando tem 384 dias, deficiente quando tem 383 e abundante quando tem 385 dias.
O cálculo é feito na base de ciclos de dezenove anos, dos quais sete terão treze meses. São eles: 3º, 6º, 8º. 11º,14º e 19º sendo que os demais deste ciclo terão doze meses.
Quanto ao ano em si, é mais fácil calculá-lo. Basta só acrescentar ao ano da era vulgar, o número 3760.
O primeiro dia do mês de Tishrei poderá variar de cinco de setembro a cinco de outubro, com relação ao calendário gregoriano durante um ciclo de dezenove anos. É preciso que decorram dezenove anos para que as fases da lua tornem a repetir nos mesmos dias do ano civil. Este espaço de tempo chama-se ciclo lunar.
Resumo do calendário hebraico
Nissan corresponde a Abib – Março-Abril 1º mês 21 março/ 20 de abril
Ivyan corresponde á Ziv Abril-Maio 2º mês 21 abril/20 de maio
Sivan Maio-Junho 3º mês 21 maio/20 e junho
Tamuz Junho-Julho 4º mês 21 junho/ 20 julho
Av (ou Ab) Julho-Agosto 5º mês 21 julho/20 agosto
Elul Agosto-Setembro 6º mês 21 agosto/20 setembro
Tishriri ou Tishrei corresponde
a Etanim Setembro-Outubro 7º mês 21 setembro/20 outubro
Marsheswan equivale a Bull Outubro-Novembro 8º mês 21 outubro/20 novembro
Kislev Novembro-Dezembro 9º mês 21 novembro/20 dezembro
Tebeth Dezembro-Janeiro 10º mês 21 dezembro/20 Janeiro
Shebeth Janeiro-Fevereiro 11º mês 21 janeiro/20 fevereiro
Adar Fevereiro-Março 12º mês 21 fevereiro/20 março
We Adar 13º mês
Como se percebe, trata-se de um calendário muito complexo, difícil de ser entendido.
O seu uso é feito através de tabelas. É usado no Rito Escocês Antigo e Aceito nos graus superiores e a explicação prende-se ao fato deste rito ter sido fundado em Charleston, EUA. em 1801 por vários irmãos,sendo a sua maioria de origem judaica. Outros autores referem que este calendário já era usado na Maçonaria anteriormente e que uso datava desde o tempo das Cruzadas.
Para se ter uma idéia de como os maçons sempre usaram mal seus calendários, ou seja, quer inventando calendários próprios superpondo suas invenções em cima dos calendários já existentes através dos tempos, quer pelo mau uso dos calendários existentes, não sabendo fazer a correta conversão para o calendário gregoriano, causando problemas graves de datas históricas, será transcrito um trecho do livro “Maçonnerie Pittoresque”.
“No Rito Escocês Antigo e Aceito o mês não tem começo fixo. Segue-se quanto a isso o calendário hebraico. Mas aqui é preciso assinalar uma variante. Os maçons deste rito que (na França) reconhecem a autoridade do Grande Oriente da França colocam, por exemplo, o primeiro dia de Nissan de 5842 a 12 de março de 1842 enquanto que os irmãos que dependem do Supremo Conselho do grau 33 colocam a 13 de março. A diferença será pouco sensível neste ano, mas em 5843 será de uma lunação. Os escoceses do Grande Oriente da França farão o Nissan a partir de 31 de março e os escoceses do Supremo Conselho irão fixá-lo no primeiro dia do mês. Isto ocorre, sobretudo por estes últimos retardarem sem razão, em um ano a intercalação do mês lunar embolísmico de We-Adar”.
Este problema de confusão de calendários já ocorria na França no século XIX.
No Brasil usou-se e ainda se usa um calendário primitivo baseado no hebraico. Só que ao invés de iniciar em Tishrei que é o mês civil inventaram de iniciar em Nissan a 21 de Março acrescentando no final o número 4000 ao invés de 3760 como é o correto no calendário hebraico verdadeiro. Ex. 21 de março de 2011 seria o 1º dia do 1º mês do ano 6011, isto na versão brasileira.
Nos documentos mais antigos usavam os nomes dos meses em hebraico. Posteriormente algumas potências usam ainda em hebraico e outras usaram o numero do mês, iniciando pelo mês de março (mês 1)
Este pseudo-calendário hebraico foi usado pelo Rito Adonhiramita desde 1815 e o Grande Oriente Brasiliano, Brasílico ou Brasiliensi fundado em 1822 também o adotou.
Todavia, o Grande Oriente Brasiliano deveria ter adotado o calendário do Rito Francês ou Moderno, pois foi fundado no Rito dos Sete Graus ou Francês, que se inicia em 01 de março.
O calendário do Rito Moderno ou Francês inicialmente também se iniciava em 21 de março, mas em circular datada de 12/10/1774 pelo Grande Oriente da França, passando a 1º de março argumentando que o calendário iniciado a 21 de março causava muita confusão.
Este calendário institui aos meses os mesmos números de dias que o calendário gregoriano preconiza, dando à série dos dias e meses a ordem numérica, acrescentando no final para determinar o ano, o ano do calendário gregoriano somado a 4000.
Ex. dia 06/05/2011. Será o 6º dia do 3º mês de 6011. V:.L:.(Verdadeira Luz)
O Trabalho de Emulação – sistema inglês usa um calendário mais simples. Acrescenta simplesmente o número 4000 ao ano vigente no calendário gregoriano. Ex: 03 de Novembro de 6011. A:. L:.(Ano Luz)
Os três calendários enfocados usam o número 4000 porque segundo a Bíblia em Gênesis, o mundo teria sido criado 4000 anos antes da era cristã.
Entretanto esta explicação é um verdadeiro absurdo. Sabe-se da Paleontologia, com sua tecnologia moderna que é possível determinar a idade de fósseis até com seiscentos milhões de anos de anos. Pela Geocronologia através de métodos radioativos tais como o carbono -14, urânio-chumbo, chumbo-chumbo, potássio-argônico e samário-neobíneo puderam ter certeza de que a Terra se tornou sólida há quatro bilhões de anos e também foi possível determinar que o sistema solar tenha no mínimo cinco bilhões de anos.
Desta forma o número 4000 é mantido na Maçonaria apenas por uma questão de usos e costumes e pela tradição, porque pela Ciência não há razão de ser.
Cada rito tem uma denominação especial para as letras que coloca no final do seu calendário, Para os maçons do Trabalho de Emulação é A:.L:. Anno Lucis – ano luz, no Rito Moderno e REAA é V:.L:. Vera Lucis – verdadeira luz e para o calendário hebraico é Anno mundi –
Atualmente, principalmente no simbolismo quase todas as potências têm seus documentos são grafados de acordo com o calendário gregoriano e colocado no final E:.V:.- era vulgar –
Particularidades de outros ritos e potências
O Grande Oriente da Itália e da Hungria no final do século XIX datavam seus documentos sem determinar os milhares, por ex. ano 2011 seria 0,0011.
O Rito de Memphis segue ritos orientais e usa o calendário egípcio cujo início ocorre quando o Sol entra no signo zodiacal, e a estrela Sírius entra em conjunção com o Sol coincidindo com a canícula a 20 a 22 de julho às 11 horas e o primeiro mês é Thot.
O Rito de Misraim acrescenta ao ano da era vulgar o número 4004.
Os maçons do Rito do Real Arco usam um calendário que acrescenta ao ano da era vulgar o numero 530, pois consideram como primeiro ano, a fundação do segundo templo de Jerusalém por Zarobabel e acrescenta a expressão A:. Inv:. (anno invencion)
O Rito da Estrita Observância que existe na Europa e atualmente também no Brasil considera em seu calendário, o ano hum o ano em que a Ordem do Templo foi destruída, ou seja, em 1314. Aqui no caso é diminuída esta data do ano da era vulgar Ex. 2011-1314 = 697.
Como a Maçonaria Brasileira usou e usa os calendários maçônicos
Já foi citado que o calendário usado pelo Grande Oriente Brasiliano era o calendário pseudo-hebraico ou adonhiramita. (Não acrescentava à era vulgar o numero 3760 e sim 4000)
Entretanto, o Supremo Conselho de Montezuma fundado em 12/02/1832, por muitos anos usou o calendário do Rito Moderno ou Francês. Este Supremo Conselho através do Marquês de Caxias que era nesta época seu Soberano Comendador uniu-se ao Grande Oriente do Brasil em 1855, é possível que por influência deste, o Grande Oriente do Brasil em 01/01/1856 adotou como oficial o calendário do Rito Moderno.
Entretanto, segundo pesquisas do Irmão Kurt Prober, analisando documentos da época, o calendário do Rito Francês ou Moderno nem sempre foi devidamente seguido, havendo alternância de uso com outros calendários conforme os grão-mestres da época.
O calendário do Rito Moderno foi usado desde a sua adoção oficial até 1863.Deste ano até 1870 quando foram grão-mestres os Irmãos Bento da Silva Lisboa (Barão de Cayru) e seu sucessor Joaquim Marcelino Brito, usaram simplesmente o calendário da era vulgar, ou seja, o gregoriano.
De 1871 a 1876 o Grande Oriente do Brasil usou o calendário pseudo-hebraico ou adonhiramita através de seu grão-mestre José da Silva Paranhos (Visconde do Rio Branco)
Em 1876 o grão-mestre em exercício Francisco José Cardoso Júnior, bem como seu sucessor Luiz Antonio Vieira da Silva usaram o calendário gregoriano.
A partir de 1889 o grão-mestre em exercício, por poucos meses (03/11/1889 a 24/02/1890) o Visconde de Jary então grão-mestre usou o calendário do Rito Moderno ou Francês. Seu sucessor o Marechal Deodoro da Fonseca voltou a usar o calendário da era vulgar.
Somente a partir de 09/02/1892 quando assumiu o grão-mestre Joaquim de Macedo Soares o Grande Oriente do Brasil voltou definitivamente a utilizar o calendário do Rito Moderno ou Francês.
Mais ou menos a partir de 1898 o Supremo Conselho do Brasil passou a usar o verdadeiro calendário hebraico, mas somente nas patentes dos graus 31, 32 e 33 em substituição ao calendário do Rito Moderno.
Após o cisma de 1927 o Supremo Conselho de Montezuma levado pelo Irmão Mario Behring, este passou a usar o calendário hebraico para todos os graus filosóficos.
O Supremo Conselho do Brasil conveniado com o Grande Oriente continuou a usar o calendário hebraico, mas após o chamado Compromisso de Pacificação em 11/11/1952 além dos diplomas de altos graus, passou a usar este calendário em todos os diplomas dos demais graus filosóficos.
A razão de tanta polêmica da Maçonaria Brasileira á respeito das datas históricas, foi ocasionada pela má interpretação por parte de alguns historiadores das atas das primeiras sessões do então Grande Oriente Brasiliano. Estas atas são em numero de dezenove e constituem o chamado Livro de Ouro da Maçonaria do Brasil. As dezenove atas vão desde o dia 17/06/1822 até o dia 25/10/1822.
Graças ao Grande Secretário do Grande Oriente Brasiliano, o Irmão Capitão Manoel José de Oliveira (Irmão Bolívar), o qual escondeu as atas quando D.Pedro I mandou fechar o Grande Oriente, entregando-a depois na reinstalação do Grande Oriente, em 1831, agora com o nome de Grande Oriente do Brasil ao Vale do Lavadrio. Não fora a atitude do Irmão Bolívar, não se saberia hoje em detalhes, partes importantes da história da Maçonaria brasileira.
Sabe-se que em 25/10/1822 D. Pedro mandou realizar uma devassa no Grande Oriente Brasiliano, apreendendo moveis alfaias e documentos, não só do Grande Oriente, mas também das lojas que o compunham, ou seja “Comércio e Artes à Idade do Ouro”, “União e Tranqüilidade” e Esperança de Niterói”.
A partir da leitura posterior destas atas é que se iniciou a confusão. Alguns historiadores incautos, ao converterem as datas para a era vulgar, o fizeram convertendo através do calendário do Rito Moderno e não do pseudo-hebraico ou adonhiramita que foi o calendário usado na fundação do Grande Oriente Brasiliano. Isto é até um paradoxo, pois se fundaram o Grande Oriente no Rito Moderno, deveriam usar o calendário do Rito Moderno. Mas como a Loja “Comercio e Artes” a loja mãe do Grande Oriente pertencia ao Rito Adonhiramita, usaram este calendário pseudo-hebraico.
O primeiro historiador a cometer este engano foi o Irmão Manoel Joaquim Menezes (Irmão Penn) que esteve presente quando da fundação do Grande Oriente Brasiliano, mas que escreveu sobre o assunto somente em 1857, trinta e cinco anos após, através do livro “Exposição histórica do Brasil”. Este Irmão já estava com idade avançada, esquecendo-se que o calendário na época pelo Grande Oriente Brasiliano era o adonhiramita.
Assim é que mencionou a fundação do Grande Oriente Brasiliano em 25/05/1822, quando na realidade foi em 17/06/1822 aos 28 dias do 3º mês do ano 5822 da V:.L:.
A iniciação de D.Pedro I foi no dia 02/08/1822 e não no dia 13/07/1822 (aos 13 dias do 3º mês do ano 5.822 da V:).L:.
A posse de D.Pedro I como Grão-Mestre ocorreu no dia 04/10/1822 e não em 14/09/1822 (aos 14 dias do 7º mês do ano 5822 da V:.L:.
A famosa sessão que ocorreu no 20º dia do 6º mês do ano 5822 da V:.L:. não foi realizada no dia 20 de Agosto de 1822 e sim no dia 09/09/1822. No dia 09/09/1822 realmente aconteceu uma sessão do Grande Oriente Brasiliano e Ledo se pronunciou a respeito conclamando que:
“as atuais políticas circunstanciais de nossa pátria.o rico, o fértil e poderoso Brasil demandavam e exigiam imperiosamente que sua categoria fosse inabalavelmente formada com a proclamação de nossa independência e da Realeza Constitucional na pessoa do Augusto Príncipe Perpétuo, Defensor Constitucional do Reino do Brasil”.
Todavia como eram parcos os meios de comunicação na época, Gonçalves Ledo não sabia que há dois dias ou seja, no 07/09/1822, D. Pedro I já tomado esta providência á margens do Ipiranga.
Ledo só tomou conhecimento no dia 15/09/1822, pois D. Pedro havia viajado noventa e seis léguas em “lombo de burro” desde São Paulo, chegou sozinho à noite do dia 14/09, muito cansado, foi dormir cedo. A boa nova só se espalhou no Rio de Janeiro no dia 15/09/1822.
Alguns historiadores entre maçônicos e profanos embarcaram na forma errada de converter o calendário e deixaram este legado para muitos maçons ate os dias de hoje, que ainda persistem em afirmar que o Brasil foi proclamado em 20/08/1822. É comum ainda hoje ouvir palestrantes maçônicos mal informados dizerem a plenos pulmões que Ledo proclamou a independência do Brasil dentro de um templo maçônico no dia 20/08/1822.
Hoje, felizmente a grande maioria dos maçons brasileiros sabe o que aconteceu realmente, graças a escritores como o Irmão Mello Moraes, ao escritor profano Pereira da Silva e mais recentemente ao Irmão José Castellani que converteram corretamente o calendário pseudo-hebraico.
REFERÊNCIAS
Aslan, Nicola – Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia
Mellor, A. – Dicionário da Franco Maçonaria e dos Franco-Maçons
Prober, Kurt – Coletânea Bigorna nº. 01 e 02
Ritual de Aprendiz Maçom – Cayru – 1957 – GOB
Grande Enciclopédia Delta Larousse
Castellani, José – Trabalho: Dia 20 de Agosto de 1822: Não houve sessão na Maçonaria
Gomes, Manoel – Trabalho: “20 de Agosto ou 09 de Setembro”
Carvalho João Alberto – Trabalho: Dia 20 de Agosto; Equivoco histórico

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