sexta-feira, 17 de abril de 2015

MAÇONARIA: O CANDIDATO


MAÇONARIA: O CANDIDATO(Argumentos para estudo e debate, visando a estabelecer, uma orientação para escolha e indicação de candidatos à Ordem). E começamos por esta sentença budista:
… Querer melhorar o mundo, sem antes melhorar o homem, é tarefa inútil…
Exposição de Motivos
É comum confundirmos Ordem com Obediência. Portanto as afirmações a seguir visam a sugerir que há diferenças fundamentais entre tais instituições!
“A Ordem – a Maçonaria iniciática e tradicional, não tem origem historicamente conhecida. As Obediências, ao contrário, são criações recentes. A Ordem é universal, as obediências, sejam quais forem, mostram-se particularistas, influenciadas por condições sociais, religiosas, econômicas e políticas dos países onde se desenvolvem”.
“A Ordem na sua essência é metafísica; na sua manifestação é tradicional. Por essência é indefinível e absoluta; as Obediências estão sujeitas a todas as variações da fraqueza relativa ao gênero humano. A Ordem tem uma doutrina, muito antiga e pouco compreendida, que as Obediências e Lojas vem adulterando, embora tenham atribuído a si mesmas, o encargo de estudá-la e transmiti-la FIÉLMENTE, aos irmãos”). As Obediências, apenas administram a nossa passagem pela Ordem. Dito isto, vejamos, resumidamente, o resultado da falta do entendimento que um maçom precisa ter.
“Como se todos fossemos vizinhos, vamos à loja, não para pensar, mas para nos distrairmos com figuras simbólicas, mesmo sem as compreender, depois para realizar gestos pomposos e, finalmente, para nos entregarmos aos prazeres gastronômicos. Mas DE QUE SERVIRÁ A ORDEM (e não a Obediência), SE ELA NÃO IMPREGNAR SEUS MEMBROS, ATÉ FAZER DELES HOMENS NOVOS? Um homem novo que não seja, apenas, homem de tempos novos, mas devoto da tradição que não tem tempo! A tradição é uma síntese resumida da Maçonaria e do seu significado, que potencializa tudo quanto o homem pode ser.Então o que faz com que a Ordem não seja, meramente, uma sociedade de socorros mútuos, depende da inspiração subjetiva de cada maçom. Cada um pode senti-la de um modo diferente de seu irmão, mas os que vivem a vida maçônica interior, compreendem muito bem, que qualquer um que não seja maçom, não ache graça em muitas das coisas, que fazem as delícias da Ordem. Somente o maçom tem o espírito atingido, com tudo o que concerne à Ordem. Portanto, o que é insípido para o profano é profundamente saboroso para o maçom. A Ordem possui, então, um segredo, somente desvendado pelos aceitos para dela fazerem parte, sendo-lhes assegurados os meios para uma evolução espiritual, através de um trabalho coletivo. Desenvolvendo ao máximo as possibilidades individuais, propicía o máximo de harmonia na Fraternidade (ou seja, na convivência humana). A solução de antagonismos, aparentemente inconciliáveis faz parte dos privilégios concedidos a autênticos iniciados. Tal objetivo, porém, somente será alcançado se os irmãos estiverem ligados entre si e à Ordem, pelos mais estreitos e menos conhecidos laços e se o silêncio e o segredo forem rigorosamente observados (o que convenhamos raramente acontece). Os que chegam até a Ordem, devem ser “eleitos”, ou seja, devem aceitar em si mesmos o espírito da Ordem, para senti-lo, até nas coisas aparentemente mais banais. A iniciação maçônica depende do domínio racional de cada um, pois implica em intuição e superação da razão. Daí a IMPORTÂNCIA que há para a
Ordem e para a Humanidade, o momento em que se resolve indicar um candidato. Se os irmãos bem compreenderem o valor desta argumentação, sem dúvida serão mais cuidadosos, nas suas opções sobre candidatos, pois a Ordem é mais importante e verdadeira que as Obediências (porque o valor e a capacidade para gerar benefícios sustentam-se na AUTENTICIDADE, que por sua vez exige COERÊNCIA entre os pensamentos, as palavras e as atitudes ou comportamentos).
DESENVOLVIMENTO
(O que contribui e o que é fundamental para o trabalho maçônico, em loja ou, no ambiente profano)?
Para o êxito das nossas atividades maçônicas, vários elementos conjugam-se, como por exemplo: local de reunião, legislação, rituais, instrumentos, etc. . Todavia, o fundamental é a presença dos irmãos, atuando em harmonia. São os irmãos a porção principal, daquilo que vai constituir a célula, a Loja. Por ser dotado de qualidades próprias, tais como vontade e livre arbítrio, a influência do homem é ímpar na vida da loja, a qual reunida a outras formam as Obediências devendo todos (irmãos, lojas e Obediências) cumprir a função da Ordem. Esta tem como incumbência, trabalhar em favor da Humanidade, pela evolução do homem, na medida em que cada um faça por merecer e de acordo com o trabalho realizado. A Maçonaria, não é, pois, um fim a ser atingido, para se obter benefícios (como ocorre com as profissões na vida profana), mas um meio onde o homem encontra a rara oportunidade de, trabalhando para o bem da Humanidade, evoluir para a felicidade. Ao atingir o mestrado, TEÓRICAMENTE, os irmãos adquirem as condições, não só de saber, o QUE deve ser feito, mas principalmente, para conhecer o CAMINHO que leva à Grande Obra. Contudo, isto nem sempre acontece, porque muitos “RECEBEM” o mestrado, sem trabalho, sem mérito, apenas pela bondade (ou omissão) dos irmãos. Por isso estes mestres continuam na sombra e nada produzem! Muitos vão além, porque prejudicam o trabalho e o esforço de irmãos operosos e dedicados, prejudicando também a si mesmos, já que se anulam ao nada fazer pela Loja, pela Obediência, pela Ordem e principalmente por aqueles que tanto necessitam do trabalho maçônico! Por tudo isto é preciso muito cuidado e muita atenção, quando da indicação de candidatos às Lojas. Qualidade de trabalho e dedicação já devem ser inerentes ao candidato, para que haja cada vez mais, qualidade e dedicação à forma que queremos dar aos nossos trabalhos, sejam internos, nas reuniões semanais, sejam nas atividades profanas onde devemos exercer uma liderança maçônica, exemplar pela capacidade e pela espontaneidade em praticar o bem. Afinal o que importa é o trabalho a ser feito; sendo os benefícios que cada um recebe, apenas conseqüências.
SUGESTÕES
(esta é a parte que mais precisa ser enriquecida)
Como os candidatos não compreendem o significado da candidatura e alguns mestres não compreendem o significado de apresentar candidatos, torna-se importante ressaltar: 1-A RESPONSABILIDADE dos mestres maçons como conhecedores daquilo que é ignorado pelos profanos, 2-A OBSERVAÇAO e ORIENTAÇAO adequada, daqueles que, os mestres entenderem, que tenham condições de ser admitidos numa loja maçônica. Quem aspira tornar-se um irmão maçom precisa entender (portanto ser informado) que uma vez aceito deverá trabalhar para glória de DEUS, O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO e para o bem da Humanidade, não para alimentar vaidade e egoísmo próprios e outros defeitos que para os maçons são considerados vícios, permanentemente combatidos. Um diálogo neste sentido deve ter condições de ocorrer, entre o mestre maçom e seu provável afilhado. Além disso, o mestre deve observar, por exemplo, em relação ao candidato: -realiza, com alegria, pequenas e obscuras tarefas? -faz o que lhe é possível, por pouco que pareça ser, para o progresso humano?-toma a iniciativa para desenvolver novas e/ou difíceis tarefas, espontaneamente, sem esperar solicitação ou indicação? Se as respostas são positivas, podem indicar humilde sabedoria e condições para evoluir. Isto, porém não é o suficiente e outras observações, podem ser também reveladoras, tais como: – o temperamento do indivíduo, impede-o de pôr-se em sintonia com outros? Se isto ocorre é motivo para aguardar o tempo necessário para livrar-se desta imperfeição. – O seu orgulho pode ser atenuado? Se não puder, mesmo na Loja, o candidato continuará a ser um profano, não sendo recomendável a sua admissão, pois já temos demais este tipo de irmão que busca a própria glória. – O candidato tem elevado auto-conceito? Ou auto-estima ? Julga-se superior? Isto é perigoso, porque dificulta o convívio com os outros, bem como a transmissão de informações e instruções. – Ofende-se com facilidade? Também é perigoso, porque dificulta o convívio, pela intolerância. Entretanto, esta falta de condições pode ser momentânea e às vezes o tempo encarrega-se de fazer o candidato melhorar. Portanto, não há pressa em encher as lojas, com iniciações precipitadas, que, geralmente, transformam-se em toda espécie de problemas para as Lojas e Obediências. Quanto à orientação, algumas advertências devem ser feitas aos candidatos tais como: -Assiduidade – somente pela assiduidade o irmão (aspiração do candidato), na companhia de outros, adquirirá uma compreensão preliminar sobre a Maçonaria e o seu trabalho. – Disponibilidade no dia e hora das reuniões.- Para assegurar uma boa preparação, ou seja, o desenvolvimento adequado das instruções e também porque assegura a ocupação constante dos irmãos, estimulando o aprendizado, a harmonia e o êxito dos trabalhos, produzindo então, bons aprendizes, òtimos companheiros e excelentes mestres e não candidatos que uma vez aceitos como irmãos, já como aprendizes, vêm à Loja somente em busca de ascensão aos graus desconhecidos, seja por curiosidade, sejam por outros motivos, mas que sem dúvida os descredenciam, a permanecer na Loja, na Obediência e, principalmente, na Ordem.
CONCLUSÕES
“O segredo da Ordem é que ela atravessa os séculos, entre temporais que fazem efêmeras tantas obras dos homens, inclusive as nossas obediências. Há neste segredo uma virtude misteriosa, o que o poeta chama de “música interior” ou uma disposição de espírito.
Para a Ordem, a TRIAGEM é absolutamente necessária, porque as palavras da Sabedoria da Força e da Beleza, não podem ser jogadas ao vento, mas conservadas na mente e no espírito (ou seja: maus candidatos = maus irmãos = prejuízo para a Ordem e para a humanidade).
Os trabalhos maçônicos internos e externos devem assemelhar-se, por exemplo, às cordas de instrumentos musicais, que, embora diferentes, emitem sons em harmonia com as outras. Esta harmonia nivela os irmãos e nenhum é mais sábio, mais forte, mais belo ou mais importante. Não há orgulho e a ausência do orgulho conduz ao esquecimento do “eu em primeiro lugar” e desenvolve o ânimo da boa vontade com todos.
Estas regras podem levar à convivência adequada, não só para aprender, mas também para trabalhar juntos ou “EM UNIÃO”, como diz o salmista.
Encerrando, devo dizer que, esta colaboração pretende apenas colocar em exame e estudo a indicação de candidatos, portanto necessita ser ampliada e enriquecida, por todos aqueles irmãos que “optam pela qualidade” e que, realmente, preocupam-se com o presente e o futuro da Ordem e da Humanidade…
Que Assim Seja!

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