terça-feira, 26 de agosto de 2014

APÓS A MORTE DE CAMPOS, TERCEIRA VIA É INCÓGNITA


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Escrito por José Roberto Toledo   
Qua, 20 de Agosto de 2014 09:00
As implicações da morte trágica de Eduardo Campos vão muito além da sucessão presidencial de 2014. Antes de ser candidato a presidente, ele era o condutor do mais sólido projeto de poder alternativo à polarização tucano-petista que domina o cenário político brasileiro há 20 anos.
Sua morte abre uma dúvida que não será respondida de pronto: a viabilização de uma terceira via vai regredir ou acelerar? No curto prazo, a resposta depende da reação de Marina Silva. Se a vice tiver sucesso em manter as intenções de votos trazidas pela comoção com a tragédia, ela poderá aspirar a suceder Eduardo não apenas na campanha eleitoral, mas no projeto político que ele capitaneava.
Mas isso não depende só de Marina. Unir o PSB e seus aliados em torno da ex-petista não é uma tarefa trivial, especialmente para ela. Marina é uma candidata com potencial carismático junto à opinião pública, mas não é uma articuladora como Eduardo. Ainda está tateando seu caminho como política. Deu tantos encontrões que nem sequer conseguiu formar o próprio partido. Ela é complementar a Eduardo, não sua substituta.
MARATONA
Desde que retomara o comando do PSB junto com o avô Miguel Arraes, há uma década, Eduardo Campos tinha conseguido transformá-lo no único partido com crescimento contínuo em todas as eleições a partir de 2004, junto com o PT. Era um esforço de maratonista, que ainda estava a meio caminho. Sem Campos, é uma incógnita o que acontecerá com essa maratona.
Sob o impacto da notícia, o amigo e deputado Julio Delgado (PSB-MG) disse à Globo News que Eduardo é insubstituível “porque era o que nos unia, era a nossa bússola”. A declaração vai muito além do protocolar. Expõe uma sinceridade rara entre políticos. O PSB vive um dilema.
A Rede de Marina é um objeto estranho que foi implantado no PSB. Não há liderança na ala histórica do PSB que se equipare a Marina em popularidade, e por isso é natural que ela assuma a frente do projeto de poder do partido, se tiver garra para isso. Mas lhe fará falta a habilidade de Eduardo para amarrar todas as pontas e pacificar as diferenças entre PSB e Rede. Sem Eduardo, o poder gravitacional do governo federal vai agir sobre o PSB e seus aliados. Defecções poderão acontecer. As próximas semanas serão únicas na história política brasileira.



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