sábado, 23 de agosto de 2014

O EU E O AUTOFLUXO: PARCEIROS OS INIMGOS ?

 

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Escrito por Augusto Cury   
Qua, 06 de Agosto de 2014 17:00
Um Eu saudável e inteligente enxerga a grandeza da existência. Sabe que todos os seres humanos são como “menino”, no bom sentido da palavra, “brincando” no teatro do tempo, comprando, vendendo, relacionando-se, envoltos num mar de segredos que ultrapassam os limites da compreensão do seu intelecto.
Um Eu saudável e inteligente pauta sua agenda social pela flexibilidade, pela capacidade de expor seus pensamentos, nunca impô-los. Que impõe suas ideias, seja através de tom de voz exacerbado, da pressão social, da pressão financeira, de cobranças excessivas ou de discursos intermináveis, não é autor da sua apropria história nem formador de pensadores, mas formador de servos, de pessoas passivas, intimidadas, submissas.
Há muito líderes que jamais foram dignos do poder que possuem, pois não sabem libertar o potencial intelectual dos seus liderados. Eles os asfixiam e não fornecem oxigênio para que expressem suas ideias e sejam criativos, proativos empreendedores. Têm necessidade de ser o centro. E ninguém é digno do poder se o ama acima das pessoas que lidera.
Um Eu maduro é autoconsciente, determinado, líder de si em primeiro lugar, para depois liderar os outros. E, entre todas as atividades, um Eu maduro dá um choque de inteligência na construção de pensamentos realizada pelos fenômenos inconscientes, com destaque para o autofluxo. Vejamos:
Os Seis Tipos de EU
1 - Eu Gerente: São as pessoas cujo Eu aprendeu a gerenciar seus pensamentos, a exercer a arte de se autoquestionar. Elas libertam seu imaginário, apreciam os movimentos do autofluxo, são criativas, motivadas, inspiradas e também capazes de criticar suas ideias, verdades, crenças.
Sabem que quem vence dificuldades triunfa sem grandeza. Portanto, rompem o cárcere da mesmice, andam por espaços inexplorados, são curiosas, exploram o que está além dos seus olhos, mas, ao mesmo tempo, seu Eu tem maturidade para reciclar e qualificar seus pensamentos e suas imagens mentais. Tem consciência de que o fenômeno do autofluxo é uma fonte de inspiração, entretenimento e aventura, porém não permitem ser dominadas por ele.
O Eu gerente faz uma higiene mental diária: duvida dos pensamentos perturbadores, critica as falsas crenças e determina ou decide estrategicamente aonde quer chegar; portanto usa a técnica do duvidar, criticar e determinar (DCD).
O Eu gerente é livre, leve, solto, faz do caos uma oportunidade criativa, tem resiliência para usar a dor a fim de se construir, reconhece erros pede desculpas e encanta as pessoas, pois não tem a necessidade neurótica de ser perfeito. Por isso é capaz de falar de suas lágrimas para que seus filhos e alunos aprendam a chorar as deles. Porque um dia as chorarão.
2 - Eu Viajante ou Desconectado: São as pessoas que embarcam seu Eu em todas as viagens promovidas pelo autofluxo, sem promover nenhum gerenciamento. O céu e o inferno emocional estão muito próximos de alguém que tem um Eu desconectado. Tais pessoas não perderam os parâmetros da realidade, não estão em surto psicótico, mas, por serem viajantes na trajetória da própria mente, alternam com muita facilidade momentos felizes e de tensão.
Como o Eu viajante não tem gestão mínima da sua mente, dependendo do lugar da memória em que se ancora o autofluxo, as pessoas com esse tipo de Eu assistirão como espectadores passivos aos pensamentos, ideias, imagens mentais e emoções construídos por esse fenômeno inconsciente. Um Eu desconectado não assume a direção da própria história. Por onde o autofluxo caminha, o Eu ingenuamente o segue.
As pessoas que têm um Eu desconectado ou viajante vivem imersos em seu psiquismo, pensando imaginando, fantasiando. São tão distraídos e desconcentrados que você fala com eles por minutos, mais eles não prestam atenção nas suas palavras.
Não poucas pessoas inteligentes, incluindo muitos gênios, têm um Eu viajante. Mas, por serem desconectadas da realidade, infelizmente não usam adequadamente sue potencial intelectual.
São indivíduos sonhadores, mas sem disciplina para transformar seus sonhos em realidade. São ótimos para discursar, mas não são produtivos. Amam os aplausos, mas não gostam de afinar o piano, carregá-lo e tocá-la.
Há muitas pessoas que têm um Eu desconectado e são afetivas, generosas, calmas, mas em não poucos casos há um egoísmo e um egocentrismo na base de sua desconexão. Pouco se preocupam com a dor do outro e, por isso, têm poucas atitudes práticas para aliviá-la. São ótimas para falar mas tardias em agir. Aprender a arte do altruísmo e da observação exige um treinamento que um Eu desconectado deve fazer diariamente.
Alguns alunos têm uma Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) tão intensa e são tão desconectados em sala de aula que lhes peço para realizar a seguinte técnica para se concentrar e melhorar o desempenho intelectual: elaborar, em sua mente, a síntese da exposição dos professores durante a fala destes e escrevê-la rapidamente.
3 - Eu Flutuante: O Eu flutuante, assim como o Eu desconectada, não tem âncora segurança, estabilidade, clareza sobre onde está e aonde quer chegar. Segue os movimentos aleatórios de leitura da memória do fenômeno do autofluxo. Nem intuitivamente é capaz de dar direção a ideias, pensamentos, metas e projetos.
Pessoas com o Eu flutuante não exercem sua capacidade de escolha. Não tem autonomia, ideias próprias, diretriz intelectual. Num momento, têm uma opinião; no seguinte, influenciadas por outros ou pelo ambiente, mudam-na com facilidade. Num período, sonham com algo; noutro, quando surge o calor dos problemas, desistem e mudam de direção.
O Eu flutuante, por ser instável, desestabiliza a própria emoção, tornando-a volúvel flutuante. Por isso, pessoas com este Eu estão alegres numa período e, noutro entristecidas. De manhã, motivadas; à tarde, sem energia; e, à noite, querem dormir, pois perdem o “pique”. Num momento, são afetivas, noutro, irritadiças e até agressivas. Executivos flutuantes levam seus colaboradores a pisar em ovos. Em casos extremos, levam-nos a contrair a espontaneidade, a criatividade e o prazer de trabalhar na empresa, pois estes nunca sabem como estará o humor do chefe.
Pessoas com um Eu flutuante causam transtornos nas próprias relações, perturbam a tranquilidade e o prazer do parceiro (a), de filhos, de amigos. Gerenciar o humor e adquirir estabilidade emocional são metas fundamentais para quem tem um Eu flutuante.
4 - Eu Engessado: São pessoas que não libertam o fenômeno do autofluxo e, consequentemente, contraem seu imaginário e sua criatividade. Seu Eu é rígido, fechado inflexível. Elas têm grande potencial criativo, mas são seus próprios punidores, não sonham não se inspiram, têm pavor de ser abertas e pensar em outras possibilidades. Vivem entediadas e entediando seus íntimos.
Um Eu engessado defende radicalmente seu partido político, suas convicções ou sua religião e, portanto, não abre espaço para respeitar o diferente. Quem é radical não está convencido do que crê, nem da sua religião, pois se estivesse não precisaria usar pressão para se expressar. Por outro lado, também quem defende radicalmente seu ateísmo é emocionalmente imaturo, pois precisa de coação para dar relevância a suas convicções.
Um Eu engessado é mentalmente robotizado. Levanta sempre do mesmo modo, faz as mesmas reclamações, dá as mesmas respostas, tem as mesmas atitudes diante dos mesmos problemas. É uma pessoa encarcerada pela rotina. Tem, às vezes, motivos de sobra para agradecer a vida, o trabalho, os filhos, mas chafurda na lama da reclamação. Você conhece alguém assim?
Tais pessoas podem até ter sucesso “por fora”, mas são miseráveis por dentro. Sua maior fonte de entretenimento está comprometida, empobrecida. Seu Eu tem apreço em se ancorar em janelas killer (janelas killer correspondem a todas as áreas da memória que têm conteúdo emocional angustiante, fóbico, tenso, depressivo, compulsivo) que fomentam pessimismo, insatisfação, irritabilidade. Treinar a capacidade de mudança quando necessário, pensar em outras possibilidades, autocrítica e reconhecimento de nossa rigidez são atitudes inteligentíssimas para retirar nosso engessamento mental.
5 – Eu Autossabotador: O Eu autossabotador não gere o processo de construção de pensamentos para promover estabilidade e profundidade emocional, Por incrível que pareça. Esse tipo de Eu vai contra a liberdade, conspira contra seu prazer de viver, sua tranquilidade e seu êxito profissional e social. Pessoas com Eu autossabotador são carrascos de si mesmas. Um Eu com essas características precisa desesperadamente aprender a ter um caso de amor com suas qualidades.
Milhares de mulheres com sobrepeso têm um Eu autossabotador. Elas fazem regime, lutam para emagrecer e, depois de muito esforço, obtêm êxito. Entretanto, não mantêm o peso nem se jubilam com sua vitória, pois o fenômeno do autofluxo se ancora em janelas killer, o que produz autopunição, e o Eu frágil submete-se a essas zonas traumáticas e, consequentemente, não admite se sentir bem, feliz e ser elogiado. O êxito as deixa tensas. Elas começam a sabotar seu regime, passam a comer compulsivamente parece que só se sentem vivas se estão se punindo. Frequentemente, desistem dos seus sonhos o meio do caminho.
O Eu autossabotador não sabe dar um choque de gestão no autofluxo, que, além da autopunição, carrega fobias, obsessão, dependência, ciúme, inveja, raiva, autoflagelo.
Uma pessoa autossabotadora da sua saúde emocional vive se aterrorizando, se atormentando com fatos que ainda não aconteceram ou gravitam na órbita dos problemas que já passaram, lamentando perdas fracassos, injustiças.
Um Eu que sabota a própria felicidade pode ser ótimo para com os outros, mas é péssimo para si. Pode ser tolerante com seus íntimos e amigos, mas implacável consigo mesmo. Pode dar chances para os outros quando erram, mas raramente se dá uma nova chance.
Um dos mais graves defeitos da personalidade de um Eu autossabotador é a autocobrança. Como, infelizmente, grande parte das pessoas tem essa característica doentia, vou reiterar o que já disse. Quem cobra demais de si retira o oxigênio da própria liberdade, asfixia sua criatividade e, o que é pior; estimula o registro automático da memória a produzir janelas killer toda vez que falha, tropeça claudica ou não corresponde a suas altíssimas expectativas.
Um importante alerta: uma das mais graves consequências de quem cobra excessivamente de si mesmo é aumentar os níveis de exigência, o que o impede de relaxar, sentir-se realizado satisfeito, feliz. Quem faz muito do pouco é muito mais estável e saudável do que quem precisa de muito para sentir migalhas de prazer.
O Eu autossabotador faz que muitos profissionais de sucesso tenham grave insucesso emocional. Eles sabotam suas férias, seus finais de semana, seus feriados, seu sono seus sonhos.
6 – Eu Acelerador: Ao Eu acelerado pertence o imenso grupo de pessoas em todo o mundo, em todas as sociedades modernas, de crianças a idosos, que se entulham de informações, atividades e preocupações. E, consequentemente, excitam o fenômeno do autofluxo a produzir pensamentos numa velocidade nunca vista, gerando, portanto, a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA).
A SPA tornou-se o mal do século, gerando péssima qualidade de vida, insatisfação crônica, retração da criatividade, doenças psicossomáticas, transtornos nas relações interpessoais e, em destaque, transtornos na relação do Eu consigo mesmo.
Não Há Múltiplas Personalidades:
Devemos ter em mente que podemos ter várias posturas do Eu na mesma personalidade. Não existem múltiplas personalidades, como algumas pessoas, inclusive profissionais da psicologia, acreditam. O que existe são núcleos distintos de habitação ou plataformas de memória onde o autofluxo e o Eu se ancoram.
Há indivíduos que mudam o tom da voz e reagem de maneira tão diferente da habitual que parece que duas ou mais pessoas vivem no mesmo cérebro. O que ocorre de fato é que, dependendo da plataforma em que o autofluxo se fixa o Eu se nutre de informações e experiência para produzir pensamentos e emoções e, desse modo, revelar características próprias da personalidade.
Algumas pessoas são serenas quando ancoradas em determinado núcleo de habitação; fora dele, tornam-se estupidas. Há pessoas que são fortes e seguras numa determinada situação, mas, em outra, se intimidam como uma criança diante de uma fera. Se as plataformas forem qualitativamente muito diferentes umas das outras, as características também o serão.
O Eu Pode Ter Várias Posturas Doentias.
Uma pessoa pode ter um Eu acelerado e, para piorar sua saúde emocional, ter também um Eu engessado, autossabotador ou desconectado com o meio ambiente. Ou seja, além de o sujeito ser inquieto, é também rígido, emocionalmente instável e, ao mesmo tempo, seu pior inimigo, carrasco de se mesmo, pessimista e mal-humorado.
Apesar de a postura do Eu revelar níveis de criatividade, maturidade, resiliência capacidade de se reciclar e de se adaptar às mudanças, de proteger a psique e de superar conflitos, não podemos nos esquecer de que, em psiquiatria e psicologia, nada é imutável. O psiquismo humano pode passar por um processo de transformação, em especial se o Eu se reciclar e se tornar um construtor de plataformas de janelas light (janelas light correspondem a todas as áreas de leitura que contêm prazer, serenidade, tranquilidade, generosidade, flexibilidade, sensibilidade, coerência, ponderação, apoio, exemplos saudáveis), enfim, um edificador de novos núcleos de habitação do córtex cerebral.
Uma das tarefas das teses que defendo no libro A Fascinante Construção do Eu é que, dentro da metáfora de uma cidade, um ser humano não precisa ter toda a cidade da memória perfeita, sem ruas esburacadas, esgotos a céu aberto e bairros traumatizados, para ter uma vida digna.
Como numa cidade física, se você construiu núcleos de habitação saudáveis será possível ter uma vida aceitável e prazerosa. Se não fosse assim, o processo de formação da personalidade seria completamente injusto. Crianças que foram abusadas sexualmente, privadas de condições de vida mínimas, humilhadas socialmente, mutiladas em guerras e ataques terroristas não teriam a chance de possuir uma mente livre de uma emoção saudável.
Nos computadores, somos deuses porque registramos e deletamos o que queremos no momento que queremos; na memória humana, isso é impossível. Mas não significa que estamos condenados a conviver com nossas mazelas psíquicas.
Podemos alicerçar todos os papéis do Eu já listados e, consequentemente, reeditar a memória e apreender algumas ferramentas como a técnica do DCD, a mesa-redonda do Eu, a proteção da emoção a resiliência, para assumir o script da nossa história.
Todavia, jamais podemos nos esquecer de que em psiquiatria, psicologia, sociologia e ciências da educação não existem soluções mágicas. É necessária uma nova agenda para formar núcleos da habitação do Eu. São necessários exercícios educacionais diários. Devemos nos lembrar sempre desta tese: se a sociedade nos abandona, a solidão é tratável, mas, se nós mesmos nos abandonamos, ela é quase incurável.
Alguns outros tópicos do livro:
* Muitos pais perdem o respeito e capacidade de educar porque não entendem que os comportamentos espontâneos de seus filhos formarão grande parte dessas plataformas de janelas. Pais que querem ensinar seus filhos a serem pacientes, mas eles mesmos são impulsivos, ou ensiná-los a ser flexíveis quanto eles mesmo são engessados e rígidos terão pouco sucesso. O exemplo não é apenas uma boa forma de educar; é a mais poderosa e eficiente. O exemplo grita mais do que as palavras.
* Um grande executivo conquista a admiração e influencia seus liderados muito mais pelos seus comportamentos do que pelas suas palavras. Quem trai suas palavras com suas ações precisa aumentar o tom de voz e exercer pressão para ser ouvido. É, portanto, um péssimo líder. Devemos ser plantadores de janelas light (janelas light correspondem a todas as áreas de leitura que contêm prazer, serenidade, tranquilidade, generosidade, flexibilidade, sensibilidade, coerência, ponderação, apoio, exemplos saudáveis) para contribuir para a formação de mentes livres e emoção saudável.
* Os professores precisam saber educar a emoção e trabalhar as funções mais importantes da inteligência para formar pensadores, e não repetidores de informações.
* Mas a pergunta que não pode se calar hoje é: com o tipo de educação clássica atual, que formar repetidores de informações, é fissurada pelas redes sociais e atingida frontalmente pela SPA, estamos preparados para não repetir tais atrocidades quando uma nova onda de janelas killer, capitaneada por aquecimento global, insegurança alimentar e escassez de recursos naturais, abater o inconsciente coletivo da humanidade? Minha resposta, infelizmente, é “não”. Formar pensadores e educar a emoção é vital e urgente.
* Há executivos que dirigem com segurança uma empresa com milhares de funcionários, mas têm fobia de avião. Entram em estado de pânico toda vez que têm de viajar. Dirigir a mente humana é mais complexo do que dirigir a maior empresa mundial. Precisamos de ferramentas educacionais e treinamentos inteligentes.
* O Eu é o centro da personalidade, o líder da psique ou da mente, o desejo consciente, a capacidade de autodeterminação e a identidade fundamental que nos torna seres únicos.
* Se uma pessoa possuir um Eu saudável e inteligente, com as funções vitais bem desenvolvidas, terá substancial consciência de si e da complexidade do psiquismo e jamais se inferiorizará ou se colocará acima dos outros. Poderá estar na frente do presidente ou do rei de sua nação sem se sentir diminuída sem ter impulsos de supervalorizá-los. Poderá considerá-los e respeitá-los, mas não terá deslumbramento irracional. A maioria dos jovens que se deslumbra diante de uma personalidade de Hollywood ou de um artista da música não tem um Eu autônomo, autoconsciente, autocrítico;
* Uma criança de sete anos, na atualidade, provavelmente tem mais informações do que tinha um imperador no auge da Roma antiga e do que tinha Pitágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles, enfim, os grandes pensadores da Grécia antiga. Diante disso, como evitar que as crianças estejam mentalmente agitadas, desconcentradas, impulsivas, com dificuldade de elaborar suas experiências? Impossível. Elas são instáveis, irritadiças, intolerantes a contrariedades, inseguras em situações novas não se deleitam em aprender e tem enorme dificuldade de debater ideias em ocasiões minimamente estressantes.
* O excesso de informações torna-se entulho, que prejudica a ousadia, a capacidade de observação, a assimilação. Executivos que vivem sob a paranoia de se informar, que não são seletivos, esmagam sua originalidade e sua criatividade;
* Pessoas com esse nível de SPA, mesmo que lutem pelo sucesso, quando o alcançam não celebram o pódio. Partem para uma nova jornada. Só sabem “guerrear”, não desfrutam do próprio sucesso; quem vai desfrutá-lo serão seus filhos, genros e agregados;
* Vivemos mais tempo biologicamente, mas morremos mais cedo emocionalmente;
* Como disse, estamos na era do fast-food emocional, engolimos nosso nutriente. Não sabemos amar, dialogar, ouvir, sonhar, interiorizar, jogar conversa fora;
* Quando um ser humano aprende a se colocar no lugar do outro e a expor; e não impor, suas ideias, ele se torna uma gênio na empatia. Quando aprende a ter resiliência, torna-se um gênio em sua capacidade de trabalhar perdas. Quando decide ser livre e transformar o caos em oportunidade para crescer, torna-se um gênio em inovação e criatividade;
* Uma das mais importantes tarefas do Eu é gerenciar, todos os dias, os pensamentos que debilitam e bloqueiam a inteligência, em especial aqueles que imprimem estresse por antecipar o futuro. Entretanto, é surpreendente como nosso Eu faz o velório antes do tempo;
* Mas de 90% das nossas preocupações sobre o futuro não se materializarão. E os outros 10% ocorrerão de maneira diferente da que desenhamos;
* Nada coloca tanto combustível no mal do século, na ansiedade gerada pelo SPA, do que sofrer pelo que ainda aconteceu;
* Por que a dúvida é fundamental? Porque ela é o princípio da sabedoria na filosofia. Ninguém libertou sua criatividade, rompeu paradigmas e produziu importantíssimas ideias se não aprendem ainda que intuitivamente, manipular a arte da dúvida.
* A crítica, por que é vital? Porque a crítica e a autocrítica são os alicerces da sabedoria na psicologia. Criticar cada pensamento perturbador e cada emoção angustiante, bem como a passividade do Eu, é nutrir a lucidez e a maturidade psíquica. Muitos são ótimos em criticar os outros, não deixam nada passar em branco, a ponto de se tornarem difíceis de suportar, porém são incapazes de fazer uma autocrítica. São candidatos a deuses, possuem um Eu engessado jamais questionam sua rigidez, sua mente agitada ou seus pensamentos mórbidos;
* A determinação é a fonte da disciplina, da autodeterminação, da capacidade de lutar pelas metas. Sem disciplina, nossas metas se tornam motivações superficiais, e não projetos de vida. Sem autodeterminação, nosso projetos se diluem no calor das dificuldades;
* Para a higiene mental, quanto tempo temos para realiza-la? Não podemos nos esquecer. No máximo, cinco segundos. Quando produzimos uma emoção ou um pensamento angustiante, devemos, no silêncio de mossa mente, enquanto a janela está aberta e sendo impressa pelo fenômeno RAM (registro automático da memória), fazer a técnica do DCD (duvidar, criticar, decidir). Caso contrário, tudo o que é registrado não pode ser mais deletado, apenas reeditado;
* Exemplos de falsas crenças: sentimento de incapacidade, complexo de inferioridade, timidez, conformismo, necessidade neurótica de ser perfeito (autocobrança), pensamento convicto de Eu está programado para ser deprimido, ter fobia social, dependência, ansiedade. Há pessoas complacentes com os outros, mas implacáveis consigo mesmas . Vivem se punindo, pois têm a necessidade ansiosa de ser o melhor profissional, o melhor amigo, o melhor pai ou a melhor mãe;
* Lembrem-se de que Einstein, Freud e tantos outros produtores de conhecimento tinham menos dados em sua memória do que a maioria de seus discípulos das gerações seguintes. Então como foram tão longe? Eles reciclaram suas falsas crenças e seu sentimento de incapacidade, fizeram a técnica do DCD intuitivamente (eram perguntadores, críticos determinados) e, além disso, foram destemidos, intuitivos, imaginativos, mentalmente livres. Claro que falharam muito, tiveram noites de insônia, foram zombados, excluídos, desacreditados. Mas quem vence sem crises e acidentes vence sem glória;
* Só os amigos nos traem; os inimigos nos decepcionam. Só as pessoas a quem nos doamos muito podem nos ferir tanto;
* Devemos nos lembrar de que uma das mais graves consequências da SPA é a morte precoce do tempo emocional;
* Quem não é fiel à sua qualidade de vida tem uma dívida impagável consigo mesmo;
* Ter coragem para velejar para dentro de nós mesmos, reconhecer nossas fragilidades, admitir nossas loucuras, corrigir rotas e nos educar para sermos autores de nossa própria história e, acima de tudo, ter um caso de amor com a vida;
* Uma escola que não ensina apenas a matemática numérica, mas também a matemática da emoção, onde dividir é aumentar, e também ensina a resiliência: a capacidade de trabalhar perdas e frustrações. Continue imaginando uma escola que ensina a gerenciar pensamentos e a proteger a emoção para prevenir transtornos psíquicos. Pense ainda numa escola onde educar é formar pensadores criativos ousados, altruístas e tolerantes, e não repetidores de informações.
Algumas funções do Eu como Gestor dos Pensamentos:
* Ser autônomo, aprender a ter opinião própria e fazer escolhas, mas saber que todas as escolhas implicam perdas;
* Gerenciar os pensamentos e qualificá-los para não ser escravo das ideias que ruminam o passado ou antecipam o futuro;
* Pensar antes de reagir e raciocinar multifocalmente; não ser escrevo das respostas, mas em primeiro lugar ser fiel à própria consciência;
* Colocar-se no lugar do outro para interpretá-lo com maior justiça a partir dele mesmo;
* Gerenciar a lei do menor e maior esforço; saber que mente humana tende a seguir o caminho mais curto, como julgar, excluir, negar, eliminar (lei do esforço menor), mas a maturidade recomenda o caminho mais inteligente e elaborado (lei do esforço maior);
* Gerenciar a SPA para não ser uma máquina de pensar e de gastar energia cerebral inútil;
Dias 15,
 
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