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Escrito por Ricardo Galhardo |
Ter, 03 de Março de 2015 08:40 |
Conchas (SP) – O novo presidente da
Petrobrás, Aldemir Bendine, fazia pagamentos de valores superiores a R$
20 mil em dinheiro na região de Conchas (SP) onde possui uma casa. A
informação é do pedreiro João Carlos Camargo, responsável pela
construção da casa, e foi confirmada ao Estado por dois comerciantes da
região sob a condição de não terem seus nomes revelados.
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João Camargo é a segunda pessoa que
trabalhou para Bendine a relatar o hábito do executivo de carregar
altos valores em dinheiro. No ano passado Sebastião Ferreira da Silva,
ex-motorista do Banco do Brasil, disse em entrevista à Folha de S.Paulo
que fez diversos pagamentos em espécie a mando de Bendine.
JOGANDO PELADA
O pedreiro e o presidente da Petrobrás
se conheceram em 1981, quando Bendine chegou a Conchas, a 210 km de São
Paulo, para trabalhar como caixa na agência do Banco do Brasil na
cidade de 17 mil habitantes.
“Ele também gostava de esporte,
começamos a jogar bola juntos até que pegamos uma amizade”, lembra
Camargo, o mais velho de três irmãos pedreiros conhecidos na região
pela qualidade das construções.
Em 2005, já ocupando uma diretoria do
Banco do Brasil, Bendine decidiu demolir a velha casa da família e
construir um imóvel que se destaca no centro da cidade. Camargo foi
escolhido para tocar a obra.
A construção demorou mais de dois anos e
o custo da mão de obra foi dividido em três partes. A primeira, de R$
135 mil, era para a construção principal. A segunda, no valor de R$ 30
mil, era referente a obras complementares e a terceira, de R$ 36 mil, à
piscina e churrasqueira, de acordo com o pedreiro.
EM PARCELAS
Segundo Camargo, as duas primeiras
partes foram totalmente quitadas em parcelas. Os pagamentos que
superavam R$ 7 mil eram feitos em espécie.
“Às vezes ele ia até o banco e sacava. Às vezes já vinha de Brasília com o dinheiro em um envelope”, disse.
O pedreiro não possui contrato nem
recibos. De acordo com ele, Bendine se recusou a pagar os R$ 36 mil
restantes alegando que os valores pagos anteriormente estavam acima do
valor do mercado. Segundo o advogado Julio Del Vigna, Camargo não quis
cobrar a dívida na Justiça porque “é do tipo que faz as coisas na base
da confiança, no fio do bigode”.
Além de construir a casa, o pedreiro diz
que era encarregado de gerenciar a obra e outros pequenos serviços,
entre eles pagar os fornecedores. Dois comerciantes da região
confirmaram ao Estado, com a condição de não terem seus nomes
revelados, que receberam valores superiores a R$ 5 mil, em espécie,
para pagamento de materiais usados na construção.
“ERA PERIGOSO…”
Camargo diz que foi encarregado por
Bendine de entregar em um só dia R$ 22 mil ao vendedor de um carro que
seria dado de presente pelo aniversário de 18 anos da filha do
executivo, em Piracicaba, e fazer um pagamento de R$ 17 mil ao
fornecedor de materiais para a piscina, em Laranjal Paulista. “Eu
inclusive falava para ele que era perigoso”, disse.
O pedreiro afirmou ter sido ameaçado por seguranças do BB quando Bendine já ocupava a presidência do banco.
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NOTA DA REDAÇÃO – Bendine diz que não pagou em espécie. Então, pagou em cheque, porque o pedreiro não aceita cartão de débito ou crédito. Agora, só falta Bendine mostrar as cópias dos cheques. Mas isso ele não fará nunca. Era um banqueiro que não confiava em cheques, guardava dinheiro no colchão e comprava imóvel em dinheiros vivo. E hoje ganha R$ 183 mil mensais na Petrobras e mais R$ 62 mil como aposentado no Banco do Brasil, com 51 anos. Ah, Brasil! (C.N.)
http://formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30783:bendine-pagava-quantias-altas-em-dinheiro-diz-ex-empregado&catid=80:denuncia&Itemid=131
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