Escrito por Natura Nery, Mariana Haubert e Márcio Falcão |
Sex, 27 de Fevereiro de 2015 08:50 |
O vice-presidente da República, Michel
Temer, alertou a presidente Dilma Rousseff que ou o governo inclui o
PMDB em suas decisões estratégicas ou não terá como manter a legenda na
base aliada. Segundo a Folha apurou, o recado foi dado em uma conversa
telefônica nesta terça-feira (24), quando o vice afirmou que a sigla
está no “limite da governabilidade”.
Temer
explicou a Dilma que, se o partido continuar excluído do poder “mais
um mês ou dois”, o Planalto corre o risco de perder o controle mínimo
da pauta no Congresso – o PMDB preside as duas Casas do Parlamento.
Sem o apoio do partido, notabilizado por
traições, ameaças e apetite por cargos, o governo dificilmente
conseguiria viabilizar projetos de seu interesse ou obter grau mínimo
de blindagem em CPIs como a da Petrobras.
É a primeira vez que Temer traça um
cenário tão negativo à petista. A insatisfação da sigla aumentou na
medida em que os peemedebistas viram novos aliados do Planalto, como o
PSD, crescerem na montagem do segundo mandato.
MAIOR PARTICIPAÇÃO
Dilma garantiu sete pastas ao PMDB, mas a
maioria sem grande poder de fogo político ou indicações da cúpula do
partido. Além do interesse em emplacar cargos no segundo escalão do
governo, uma das exigências da legenda é ter assento nas reuniões da
coordenação de governo, hoje composta apenas por petistas.
O diálogo entre Temer e Dilma ocorreu
poucas horas depois de um jantar, na segunda-feira (23), da cúpula do
PMDB com a equipe econômica na residência oficial do vice, o Palácio do
Jaburu.
Apesar de a reunião ter sido chamada por
Temer para tentar destravar as medidas do ajuste fiscal que tramitam
no Legislativo e de ter havido promessas de apoio do partido ao pacote,
foram as insatisfações políticas que dominaram o debate.
“FIADOR” DO PACOTE
Como representantes do Executivo,
estavam no jantar Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa
(Planejamento), Alexandre Tombini (Banco Central) e Aloizio Mercadante
(Casa Civil).
“O PMDB salvará o ajuste fiscal”, disse
Eduardo Cunha no jantar, falando como uma espécie de fiador do pacote
de redução de despesas, isso após passar as últimas semanas impondo
seguidas derrotas à Dilma na Câmara.
O pacote, do qual o PMDB reclama de não
ter participado de sua concepção, prevê uma economia de R$ 18 bilhões
neste ano ao endurecer exigências para a concessão de
seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte e seguro-defeso
para pescadores artesanais. Apesar do apoio, não estão descartadas
mudanças nas propostas.
COALIZÃO CAPENGA
No jantar do Jaburu, o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB), foi bem menos comedido. Afirmou que seu
partido só é chamado na hora de votar. A jornalistas, fez questão de
dizer que a coalizão de Dilma com seu partido está “capenga”.
“O PMDB quer dar um fundamento à
coalizão, quer participar da definição das políticas públicas. Essa
coalizão, ela é capenga porque o PMDB, que é o maior partido do ponto
de vista da coalizão, ele não cumpre o seu papel”, afirmou, ao chegar
ao Senado.
Diante das críticas, Mercadante
reconheceu que é preciso repensar a relação do governo com sua base
congressual. Na semana que vem, Dilma receberá a cúpula peemedebista.
As dificuldades da presidente não se
limitam ao parceiro mais problemático da coalizão. O próprio PT resiste
em apoiar iniciativas do pacote fiscal.
PT e PMDB têm juntos 131 deputados do
total de 513. Para ser apreciado, um projeto de lei exige quórum mínimo
de 257 deputados. Ele será aprovado se tiver maioria simples do número
de presentes.
http://formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30753:temer-ameaca-dilma-e-diz-que-pmdb-pode-abandonar-o-governo&catid=80:denuncia&Itemid=131
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terça-feira, 3 de março de 2015
TEMER AMEAÇA DILMA E DIZ QUE PMDB PODE ABANDONAR O GOVERNO
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