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Escrito por Carlos Chagas |
Sex, 27 de Março de 2015 08:24 |
O confronto virou conflito. No caso,
entre o governo e o PMDB. Melhor dizendo, entre a presidente Dilma e os
presidentes Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Do jeito que as coisas
vão, o rompimento não passa da semana que vem. Em vez de servir de base
parlamentar, o partido transformou-se em adversário. É real e imediato
o perigo de o palácio do Planalto ficar desamparado, sob a evidência
de que o Congresso readquiriu sua independência.
O problema é saber as consequências da
beligerância para o país. A sombra do impeachment pode adensar-se,
assim como a abertura de inquéritos no Supremo Tribunal Federal contra
os presidentes da Câmara e do Senado será capaz de transformá-los em
réus. Nesse meio tempo, o palco para a batalha maior será montado em
torno da reforma política. A tendência no PMDB é aprovar o maior número
de mudanças institucionais em condições de atingir o governo e o PT.
Uma preliminar desse entrevero estará na votação das medidas de ajuste
econômico.
O POVO ESTÁ QUERENDO
Disse uma vez o então presidente da
Câmara: “O que o povo quer esta casa acaba querendo”. É nítida, nas
ruas, a rejeição do aumento de impostos, a elevação dos preços e
tarifas dos combustíveis, dos serviços de água e luz, além da supressão
de direitos trabalhistas. O governo perdeu a classe média e vem sendo
abandonado pelo proletariado e pelos empresários. O Congresso atinge
níveis de rejeição superiores aos do Executivo. Não demora e
assistiremos a repetição, como farsa, da solução adotada em 1945 quando
do fim da ditadura do Estado Novo: “Todo o poder ao Judiciário”. As
forças armadas não vão intervir, os sindicatos não podem, enfraquecidos
pela administração do PT. A Igreja Católica saltou de banda, as demais
igrejas manifestam desinteresse pelas coisas terrenas e as elites
cuidam de sobreviver. Também real e imediato é o perigo da
desintegração nacional.
“POR QUE NÃO SE CALA?”
Ficou para a História a indagação do rei
Juan Carlos, da Espanha, ao presidente da Venezuela, Hugo Chaves: “Por
que não se cala?”
A pergunta precisa ser feita ao
ex-presidente Fernando Henrique, que todos os dias dá os mais
desbaratados palpites sobre a realidade nacional. Deveria lembrar-se de
sua responsabilidade na crise que nos envolve.
http://formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=31046:em-torno-de-um-perigo-real-e-imediato&catid=77:politica-economia-e-direito&Itemid=132
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