Escrito por Daniel Haidar |
Seg, 14 de Abril de 2014 14:00 |
Um
conjunto de fornecedores, agora sob suspeita, recebeu pelo menos 31,1
bilhões de reais da Petrobras desde 2003 – ano em que o PT assumiu a
Presidência da República e passou a interferir diretamente na gestão da
estatal. Essas empresas, que incluem as maiores empreiteiras do país,
são consideradas suspeitas de abastecer financeiramente um esquema
montado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa e o doleiro Alberto Youssef. Eles são os ‘cabeças’ do esquema
desvendado pela operação Lava-Jato, que encontrou sinais de corrupção
nos contratos da estatal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O site de
VEJA levantou os contratos fechados pela estatal com 14 fornecedores
que, a julgar pelos documentos apreendidos, estão sob suspeita ou
comprovadamente destinaram recursos a empresas controladas por Youssef.
Entre os objetivos cogitados estavam o enriquecimento ilícito da
quadrilha e o financiamento de partidos e políticos, segundo a PF. Os
policiais e procuradores da República encarregados da investigação
possuem especial interesse por aditivos em contratações – mecanismo que
permite aumentar os valores recebidos sem nova licitação. Na
sexta-feira, a investigação chegou ao gabinete da presidência da
Petrobras, com policiais sendo recebidos pessoalmente pela presidente
Graça Foster, num encontro que resultou no recolhimento de mais de 400
páginas, dois CDs e um pendrive com arquivos referentes a contratos com
fornecedores.
De acordo
com as investigações, fornecedores da estatal irrigaram as contas da MO
Consultoria, uma firma em nome de laranjas de Youssef. Mencionadas em
uma planilha apreendida pela polícia, empresas como a Jaraguá e a Sanko
Sider já admitiram que pagaram a essa empresa de fachada as
“comissões” relatadas no documento. Como revela a edição de VEJA desta
semana, a Polícia Federal descobriu que Paulo Roberto, Youssef,
políticos e prestadores de serviços estão interligados em um consórcio
criminoso montado para fraudar contratos na Petrobras, enriquecer seus
membros e financiar políticos e partidos.
Nessa
planilha, fica delineado o caminho dos desvios. O documento menciona o
pagamento de 24,1 milhões de reais pela Sanko Sider, fornecedora de
tubos da Petrobras, em comissões para a MO Consultoria, a empresa de
fachada utilizada por Youssef para movimentar propinas, de acordo com a
suspeita dos investigadores. O melhor contrato fechado diretamente com a
estatal rendeu 2 milhões de reais, após dois aditivos, pela venda de
tubos de aço. A Sanko Sider diz que o incremento foi de 25% do valor
inicial, como permite a lei. De outubro de 2011 a agosto de 2013, a
empresa conseguiu vender diretamente 2,9 milhões de reais, mas, além
disso, também faturava com vendas para fornecedores da estatal. O
diretor-jurídico da Sanko Sider, Henrique Ferreira, admitiu a VEJA na
última edição que houve o pagamento de tais comissões.
Outra
empresa que também reconheceu ter pago para a MO Consultoria, pela
intermediação de contratos com a Petrobras, foi a Jaraguá. Em entrevista
ao jornal O Globo, o presidente-executivo da Jaraguá Equipamentos,
Paulo Roberto Dalmazzo, confirmou que pagou 1,9 milhão de reais por
certa “consultoria de intermediação de negócio”. O grupo faturou 2,9
bilhões de reais diretamente da estatal entre julho de 2007 e fevereiro
de 2014. Nesse filão, estão serviços prestados para a construção da
refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca. Assinado em abril de 2008, um
contrato para elaboração de projeto executivo para fornecimento de bens,
construção civil e montagem elétrica chegou a ter 15 aditivos, com um
custo final de 41,8 milhões de reais. A construção da refinaria era um
projeto sob a responsabilidade de Paulo Roberto Costa, que foi diretor
da estatal de 2003 a 2012. O Tribunal de Contas da União (TCU) já
apontou sinais de superfaturamento nesse empreendimento. A Camargo
Corrêa, que atuou no projeto, também é suspeita de ter contribuído com
7,9 milhões para o esquema de Costa e Youssef, como retribuição por seus
contratos referentes à refinaria. O consórcio CNCC, do qual a Camargo
Corrêa faz parte, fechou pelo menos dois contratos que somam 4,7
bilhões de reais com a estatal para a construção dessa unidade de
refino.
Na mesma
planilha em que são mencionadas contribuições de Jaraguá e Sanko Sider,
há também referência a um pagamento de 3,2 milhões de reais à empresa
de Youssef pelo Consórcio Rnest Edificações, formado por Engevix
Engenharia e Empresa Industrial Técnica (EIT). Esse consórcio também tem
participação na construção da refinaria Abreu e Lima, em contratos que
já chegam a 1 bilhão de reais. Num deles, houve pelo menos 17
aditivos.
Outra
empreiteira mencionada na planilha obtida pela PF é a Galvão Engenharia,
com a suposta remessa de 1,5 milhão de reais ao esquema. Esse grupo
fechou 4,4 bilhões de reais em contratos com a Petrobras, de setembro de
2008 a novembro de 2013. Em um deles, há 25 aditivos. Já a empreiteira
OAS é responsabilizada pelo desembolso de 1,2 milhão de reais à
empresa de fachada do doleiro. Diretamente, a construtora fechou um
contrato de 184 milhões de reais em novembro de 2013 com a Petrobras,
para construção e montagem de dutos para o Complexo Petroquímico do
estado do Rio de Janeiro (Comperj), outro empreendimento com indícios
de sobrepreço em contratações.
Fornecedoras
de menor porte como a Ecoglobal Ambiental também entraram no foco do
inquérito. A Polícia Federal investiga a relação de Costa e Youssef com a
empresa, pela suspeita de que o ex-diretor tenha articulado a obtenção
de contratos milionários com a estatal. Em uma disputa por
carta-convite com gigantes internacionais, a Ecoglobal faturou um
contrato de 443 milhões de reais para realizar testes de poço de
petróleo, uma área na qual não era considerada experiente. Antes disso,
estava habituada a serviços menos custosos e tinha obtido 28,6 milhões
de reais da estatal. Em entrevista ao site de VEJA, Vladimir Silveira,
que aparece como sócio-diretor da Ecoglobal, disse que foi assediado
por emissários de Costa e Youssef que tentaram pagar 18 milhões de
reais por 75% da empresa. Mas, pela versão de Silveira, a transação não
foi concretizada e ele nega que Costa tenha facilitado a obtenção de
contratos. Mas chamaram atenção dos policiais e-mails em que emissários
de Youssef tratavam de um aditivo de 15% a essa venda, antes até de o
serviço começar a ser prestado.
No
material apreendido com o ex-diretor, também há anotações que
contabilizam doações a políticos feitas por fornecedores da Petrobras.
Numa lista, há menções a contribuições de Mendes Júnior, UTC Engenharia,
Engevix, Toyo Setal, Hope e Iesa. Esse grupo recebeu pelo menos 17,3
bilhões de reais em contratos diretos com a Petrobras na administração
petista. Só a Mendes Júnior teve 48 aditivos no projeto de detalhamento,
construção e montagem do terminal aquaviário de Barra do Riacho, em
Aracruz, no Espírito Santo, e o desembolso chegou a 895 milhões de
reais.
Com a
revelação da atuação de Costa na Petrobras, também surgiram denúncias
sobre a contratação do genro do ex-diretor pela estatal. Humberto
Sampaio de Mesquita é sócio de uma empresa que, supostamente, prestou
serviços de consultoria para a petrolífera. A Pragmática Consultoria em
Gestão fechou contrato que, com dois aditivos, chegou a 2,5 milhões de
reais. A seleção da empresa se deu em dezembro de 2010, através do
sistema de carta-convite. O objetivo era prestar serviços técnicos
especializados para dar suporte a “atividades de qualificação”.
Fonte: Veja.com
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