Deputado André Vargas (PT-PR) tentou atrasar a abertura do processo de cassação do seu mandato no Conselho de Ética da Câmara.
DESESPERO – O deputado André Vargas (PT-PR) processo de cassação deverá ser aberto (Sérgio Lima/Folhapress )
Com a situação cada vez mais grave, o vice-presidente
da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), tentou protelar a abertura de
um processo por quebra do decoro parlamentar no Conselho de
Ética. Horas antes de anunciar seu afastamento
da Câmara por sessenta dias, o petista telefonou para o deputado
Ricardo Izar (PSD-SP), que preside o colegiado, pedindo que só iniciasse
os procedimentos regimentais depois de uma conversa entre os dois.
Na tarde desta segunda-feira, três partidos de oposição – PSDB, DEM e
PPS – ingressaram com uma representação no Conselho pedindo
investigação sobre a estreita relação, revelada por VEJA, de
Vargas com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal em
uma operação de combate à lavagem de dinheiro. Pelo telefone, o petista
fez um apelo a Izar: “Queria conversar com você. Você sabe que eu
estou em um momento difícil. Dá para não aceitar o protocolo, e à tarde
a gente conversa?”.
A estratégia proposta por Vargas, no entanto, sequer depende do
presidente do Conselho de Ética. Cabe à Mesa Diretora da Câmara, da qual
o próprio faz parte, encaminhar o processo ao colegiado. O presidente
da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), se comprometeu a remeter o
caso nesta terça-feira. “Eu respondi a Vargas que não tenho como
segurar o recebimento. A gente vai ter de abrir o processo normalmente,
esse é um rito que tem de ser seguido”, disse Izar.
Além de Vargas, a assessoria do deputado procurou o Conselho de Ética
em busca de informações sobre os prazos regimentais para a análise do
caso, algo que não deveria ser novidade para ele: foi Vargas
quem comandou as manobras para atrasar o processo de cassação contra o
ex-deputado José Genoino (PT-SP).
“Não tenho dúvidas de que vão usar todos os artifícios para protelar a
ação. Mas o André Vargas não tem escapatória. São denúncias
gravíssimas”, disse o presidente do Conselho de Ética. O petista pode
sofrer desde uma advertência até enfrentar a abertura de um processo de
perda de mandato. "Não dá para aliviar. Eu acho que esse é um caso para
cassação. Mas depende da análise de todo o processo e da votação do
colegiado."
Izar continuou: "É muita malandragem que está sendo descoberta, e o
caso está sendo cada vez mais divulgado. As pessoas não têm mais medo.
Será que as coisas não servem de exemplo, como o caso do mensalão? Mas,
mesmo assim, os fatos não mudam."
Fonte: Veja.com |
Nenhum comentário:
Postar um comentário