sábado, 12 de abril de 2014

O NÓ QUE OS CANDIDATOS NÃO SABEM DESATAR


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Escrito por Carlos Chagas   
Sex, 11 de Abril de 2014 08:42
Cresce a cada dia a explosão das variadas categorias sociais que se insurgem contra a falta de assistência dos governos, nos seus diversos aspectos. Protesta-se no Brasil inteiro, não raro com violência, diante da ausência de serviços públicos compatíveis com as necessidades gerais, do abandono do cidadão pelo estado, da falta de transportes de massa, de rodovias eficazes, de escolas, postos de saúde e muita coisa a mais, para não falar do repúdio à corrupção, às negociatas, aos gastos públicos exagerados, à desídia das elites e sucedâneos.
Manifestações assim sempre aconteceram, apesar de isoladas e esporádicas. Agora, não. Depois de junho do ano passado a| impressão é de estarem todas essas explosões ligadas pelo fio invisível da indignação.

Assistimos todos os dias grupos de cidadãos interromperem o tráfego nas estradas, queimando pneus, incendiando ônibus e trens, depredando vitrinas e até enfrentando a polícia. Claro que também se mostram de forma pacífica, com a maioria repudiando excessos.
Normais, esses fenômenos não são, apesar da prerrogativa constitucional da livre manifestação. Afinal, costumam redundar em baderna, justificável mas prejudicial à maioria da população. Deve ser dado a quantos tem contrariados seus direitos básicos o poder de protestar, mas há que examinar de forma mais profunda os acontecimentos.
Alastrou-se no país inteiro o sentimento de que se os governos não agem, ou agem mal, ao cidadão comum cabe reagir com os meios seu dispor, mesmo a quebra da normalidade. Um raciocínio perigoso, impulsionado pelo desespero.
Fazer o quê? A solução natural seria os governos atenderem às reivindicações básicas da população que paga impostos, mas, se não atendem, indicariam a lógica e o bom-senso, substituí-los através de eleições periódicas. O problema é que mesmo saindo uns e entrando outros, o resultado continua o mesmo. Ineficiência, ineficácia, impossibilidade de superação dos impasses? Tanto faz, porque a memória nacional revela fracassos sucessivos.
Mobilizar a polícia e até as forças armadas também não resolve, o caso não é de aplicação do Código Penal. Da mesma forma adianta pouco diagnosticar que só a educação, a médio e longo prazo, servirá para aprimorar a representação popular. Não vai dar tempo, a explosão já começou.
Deveriam os candidatos às eleições de outubro estar se debruçando sobre esse grande nó que sufoca o país. Mas qual deles, ou delas, parece disposto a pedir emprestada a espada de Alexandre? Até agora, nenhum. Ou nenhuma…

Fonte: Tribuna da Internet

 
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